Paralisação de professores da rede municipal deixa 101 mil estudantes sem aula
Obedecendo decisão de assembleia realizada semana passada, os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) não compareceram às escolas para dar aula na manhã desta terça-feira (19) e devem deixar 101 mil estudantes sem aulas. Nos colégios visitados pelo Campo Grande News, apenas funcionários administrativos estavam no local avisando os pais e alunos que desconheciam a paralisação de 24 horas.
Em uma das maiores escolas da região central, a “Arlindo Lima”, que conta com 700 alunos, de acordo com informações de funcionários, apenas dois alunos apareceram logo cedo. Eles não haviam se atentado ao bilhete distribuído nesta segunda-feira (18). Para avisar sobre a paralisação, funcionários ficaram no portão orientando os pais.
Também na escola “Geraldo Castelo”, na Vila Castelo, o0nde estudam 544 alunos da pré-escola ao 5º ano, apenas uma mãe apareceu levando o filho. Ela relatou que estava viajando e como os filhos haviam faltado, não sabia da decisão dos professores.
Paralisação – A ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) convocou greve de 24 horas pelo reajuste para amanhã. Nesta terça-feira, os 8,7 mil professores não darão aulas e vão participar da assembleia no sindicato às 7h30 e depois de manifestação na Câmara Municipal.
Segundo informativa da entidade, eles vão pedir o apoio dos vereadores para que o prefeito Gilmar Olarte (PP) cumpra a lei municipal que determina o pagamento do piso nacional para jornada de 20 horas. Atualmente, o valor está defasado em 13,01%, porque o reajuste do piso não foi repassado à categoria em janeiro deste ano.
Se não houve avanço nas negociações, eles ameaçam aprovar greve por tempo indeterminado.
Esta é a segunda paralisação no mês na Capital. No dia 4 de maio, os servidores administrativos deixaram milhares de estudantes sem aulas porque fizeram uma paralisação por reajuste salarial.
O presidente da ACP, Geraldo Alves Gonçalves, participa do depoimento de Prado à CPI e discorda dos números. Ele não inclui os gastos com a educação na folha do funcionalismo municipal, que representa 52% da receita, o limite máximo previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).