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Capital

“Parece que ele é a vítima”, diz pai de arquiteta morta pelo marido

Jorge Almoas | 03/03/2011 14:12

A família da arquiteta Eliane Nogueira acompanha o julgamento do empresário Luiz Afonso dos Santos de Andrade, que confessou ter assassinado e queimado o corpo da ex-mulher em julho do ano passado. No entanto, o clima é de indignação no Fórum de Campo Grande.

“Parece que ele é a vítima pelo modo como fala. O difícil é ter que assistir a tudo isso calado”, desabafou João Antonio Nogueira, de 60 anos, pai de Eliane.

Muitos parentes acompanham o julgamento, que teve início na manhã desta quinta-feira. Enquanto a acusação argumenta que o crime foi motivado por ciúmes, a defesa diz que tal motivo não é considerado válido por alguns juristas.

No mesmo sentido, a defesa afirmou que a família da arquiteta foi omissa quanto à situação que Eliane enfrentava no relacionamento com Luiz Afonso, marcado por discussões e agressões mútuas. “São tão responsáveis quanto”, declarou Rui Lacerda, que defende o empresário.

Sobre as crises de ciúmes de Luiz Afonso, o pai de Eliane disse que a filha não comentava sobre o assunto com ele, limitando-se a falar a respeito com os seis irmãos.

Como não são permitidas manifestações dentro do tribunal, a família de Eliane Nogueira mantém por baixo de casacos e blusas uma camiseta com a foto da arquiteta. Luiz Afonso é julgado por homícidio triplamente qualificado, por uso de meio cruel, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

A defesa do empresário crê que a condenação será o resultado do julgamento, mas espera retirar duas qualificadoras do crime, mantendo o uso de meio cruel para o assassinato, além da destruição do cadáver.

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