Pelo menos 30 moradores de rua passaram noite, mas deixaram abrigos
Das 175 pessoas acolhidas e levadas para alojamentos, 30 voltaram para as ruas
“Amanheceu, eles foram embora”, revelou Marcilene Rodrigues, gerente de proteção social de média complexidade da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social). Ela se refere a alguns dos 30 moradores de rua, migrantes e imigrantes que haviam sido recolhidos nessa quarta-feira (25), mas deixaram os abrigos montados pela Prefeitura de Campo Grande, como uma das estratégias de enfrentamento a pandemia de coronavírus.
Tomaram banho, receberam atendimento médico, comeram e dormiram nos alojamentos, 175 pessoas e a maioria das evasões foi dos locais onde estavam concentrados moradores de rua. “Muitos deles são usuários de drogas, nós conversamos, explicamos sobre o perigo do vírus e oportunidade que eles tem agora de se tratar, mas sem o acesso à droga, eles preferem ir embora”.
Depois da operação na noite de ontem com objetivo de “zerar” a população de rua, equipes do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) não saíram das ruas e, como na rotina, estão 24 horas realizando abordagens e tentando levar as pessoas para os abrigos. Os profissionais recebem chamados por telefone, além de fazer a busca-ativa dos vulneráveis.
Nos alojamentos, 3 deles montados em escolas municipais, moradores de rua recebem roupas diariamente, cama, local para banho, 4 refeições diárias, assistência psicossocial e médica, além de estarem livres para práticas esportivas. A ideia é tirar essas pessoas das ruas, onde estão mais vulneráveis a contrair o vírus e, por consequência, se tornarem vetor da Covid-19 (doença).
Onde - Os locais definidos são o Cetremi (Centro de Triagem do Migrante e População em Situação de Rua), no Jardim Veraneio, para onde vão os casos mais graves de dependência química; a escola municipal Padre. Tomaz Ghirardelli, no Dom Antônio Barbosa, dedicada a migrante e imigrante (homens mulheres e famílias); a escola municipal Doutor Plínio Barbosa Martins, no Jardim das Macaúbas, onde vão ficar moradores de rua e, por último, o Centro Dia, exclusivo para idosos.
Matéria alterada às 22h02 a pedido da SAS para correção dos números.