Plano de uso do Parque das Nações prevê restrição de público em shows
Com 119 hectares e o maior de Campo Grande, o Parque das Nações Indígenas deve ter no primeiro semestre de 2016 um plano de ordenamento de uso. O estudo técnico avalia de liberação da entrada de animais domésticos à restrição da quantidade de públicos em shows.
“Cada vez que tem show, o vandalismo é muito grande. Poderia limitar a quantidade de público nos shows. São suposições. A gente apresenta a parte técnica, mas a decisão é do secretário e governador”, afirma gerente do setor de Unidades de Conservação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Tostes.
O levantamento contabilizou o número de visitantes, estruturas, questão hidráulica, energia. De segunda a sexta-feira, o parque tem média de dois mil visitantes. Aos sábados, o total sobe para sete mil pessoas. Nos grande shows, o público se torna quase sete vezes maior: 45 mil pessoas.
O plano é utilizar o parque com lazer com “pegada” mais ambiental. “Há tendência muito grande no governo atual, alinhada com os técnicos, de lazer mais ambiental por causa da flora e fauna”, afirma o gerente.
O controle da população de animais, onde predomina as capivaras, deve ser feito por meio de manejo da fauna. Outra tema em avaliação é a liberação da entrada de animais domésticos, para que as pessoas possam caminhar, por exemplo, em companhia do seu cãozinho.
“Hoje não autoriza a entrar com cachorro. Porque além da questão da sujeira, pode se soltar, assustar uma cotia, uma capivara. Tem que ser analisado mesmo”, salienta Tostes. Na área de infraestrutura, é avaliada a instalação de academias ao ar livre, reforma nos parquinhos e colocação de bancos.
Com plano diretor de 1993, considerado defasado, o parque já deveria ter plano de uso. Em agosto de 2011, um decreto dava prazo de 120 dias. Em janeiro de 2012, houve dilatação do período por mais seis meses.
Opiniões - Para quem frequenta o parque, a possibilidade de mudanças divide opiniões. O militar Maiquel Paz, 42 anos, avalia que o local de uso público deveria ter regras mais rígidas. “Cachorro, nem pensar. Por mais que tenha regra de recolher a sujeira, as pessoas não vão respeitar. Acho que as regras deveriam ser mais rígidas. São poucos lugares bem cuidado como o Parque das Nações. Conheço cidades em que foi liberado tudo e isso acabou com o parque. As pessoas não frequentam mais. Brasileiro não respeita nada”, afirma.
A liberação da entrada dos animais tem apoio da artesã Cliza Mary Leite, 37 anos. “Não teria problema, desde que cada pessoa cuidasse do seu animal”, diz Cliza. O engenheiro João César Okamoto, 39 anos, opina que os shows devem ser mantidos sem restrições. “Já vim em show aqui que teve número razoável de pessoas e foi muito tranquilo”, afirma.
Para o advogado Francisco Bacero, 43 anos, o parque precisa de melhores acessos e forma de utilização. “Percebo aqui uma subtilização. Por exemplo, a Casa do Homem do Pantanal, que está fechada, poderia ter um comércio, um restaurante se tivesse acesso de carro. Em parques na Europa, principalmente na França, as pessoas utilizam mais ”, salienta. Ele mora no interior paulista e veio a Campo Grande para visitar a família.