Polícia espera por exames para decidir atuação em aborto do Aero Rancho
A Polícia Civil de Campo Grande vai esperar o resultado de exames clínicos para decidir se abre ou não inquérito para investigar a mulher que foi socorrida até o Hospital Regional Rosa Pedrossian, no Jardim Aero Rancho, após abortar um feto de quatro meses sem cabeça na sua casa, no mesmo bairro. O caso aconteceu na manhã de quarta-feira (15).
O objetivo é descartar, se for o caso, que a mulher, ainda sem a identidade revelada, possa ter induzido o aborto com uso de medicamentos ou outros agentes externos.
Justamente pelo fato dela ainda ser tratada como suspeita e não acusada, seu nome é mantido em sigilo pelos policiais e a direção do hospital, que não divulgou mais informações sobre o caso após uma nota que explicou seu atendimento.
O Campo Grande News, no entanto, apurou junto a investigadores do 4º DP (Piratininga), que ficará responsável pelo caso, que a mulher seguia internada em observação durante a manhã desta quinta-feira (16) e que os exames feitos apontariam a direção a ser tomada.
Em um primeiro momento, sequer a perícia será envolvida, evitando criminalizar um aborto que, segundo os médicos, tem indícios de ter ocorrido de forma espontânea.
Mas a hipótese, plausível, ainda causa estranheza a alguns dos médicos por suposta dilatação fora dos padrões encontrada para o tempo de gravidez. “Seriam possível somente com agente externo, mas não há nada conclusivo”, disse um funcionário do hospital à reportagem, por telefone.
Segundo os policiais ouvidos, até mesmo a escolta que a acompanhava no hospital foi retirada após seus familiares terem sido localizados. Eles comprometeram a levar à delegacia para um depoimento informal após receber alta médica, com o objetivo de colher mais esclarecimentos. O hospital não confirmou se ela seguia internada nesta tarde.
O caso – A mulher foi socorrida por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) após abortar um feto de cerca de quatro meses, encontrado sem cabeça no vaso sanitário de sua casa.
Segundo a direção do hospital afirmou em nota, a mulher alegava que sentia dores abdominais e sangramento.
O texto relata que a própria mulher contou aos socorristas que forçou e puxou o feto com as mãos, em cima do vaso sanitário. Durante o processo, a cabeça foi separada do corpo. O feto pesava cerca de 160 gramas. A cabeça não foi localizada.
O hospital diz que foi realizado todo o procedimento padrão para esse tipo de caso: retiraram a placenta e fizeram a curetagem na mulher.