Mãe nega que induziu filha a aborto: “minha vida virou um inferno”
A mãe da adolescente de 17 anos, suspeita de ter obrigado a filha a abortar e enterrar o feto no quintal da casa onde moram, no Bairro Guanandi, nega que induziu a garota a interromper a gravidez e diz que sua vida virou inferno da noite para o dia.
A mulher, que pediu para não ser identificada, relatou à equipe do Campo Grande News, na manhã desta quinta-feira (16), que não sabia da gravidez da filha. “Ela não tinha barriga”, contou. Segundo a mulher, a adolescente fazia tratamento para acne com dermatologista e tomava isotretinoína, medicamento forte e contraindicado para gestantes, pois pode deformar o feto.
Segundo a mãe, a menina ia todo mês ao dermatologista, comprava o remédio, mas não tomava. Questionada sobre o áudio, em que uma mulher aparece dizendo que não ia cuidar da criança e compraria Cytotec para a menina, ela se limitou a dizer: “Tudo será esclarecido pela polícia”.
A mulher relata ainda que está sofrendo retaliação na rede social e que durante a madrugada de hoje (16) teve a casa invadida por dois homens e uma televisão furtada. “Estou muito surpresa e horrorizada com tudo que está acontecendo. Estão me colocando como uma monstra”, lamentou.
Caso - Conforme boletim de ocorrência, denúncia anônima levou a polícia até o endereço. O denunciante informou que a menina havia feito o aborto na noite de terça-feira e enterrado o feto no fundo de casa. Ainda segundo a denúncia, a mãe havia obrigado a garota a abortar.
Porém, em depoimento à polícia, a mulher negou e relatou que a filha tomou chá de cavalinha. Informação confirmada pela adolescente, mas contestada pela mãe do namorado dela. Já a garota informou que não foi coagida por ninguém para tirar o feto.
Por telefone, Carlos Marques, advogado de defesa da mulher, afirmou que a menina cometeu o aborto sozinha na madrugada de quarta-feira. No outro dia, a adolescente entrou em pânico e ligou para o namorado. “Ela agiu sozinha”, disse o advogado.
De acordo com o advogado, a família vai entrar com uma ação contra a mãe e o namorado pela exposição vazando o áudio. O caso foi registrado como aborto provocado pela gestante na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude). Segundo a polícia, a adolescente estava grávida de 5 meses de uma menina.