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Capital

Polícia já sabe que forno aceso causou incêndio, mas ainda não aponta culpados

Francisco Júnior | 24/11/2011 13:49

Duas pessoas morreram em decorrência do incêndio. Inquerito ainda não foi finalizado

Em coletiva, delegado apresentou detalhes da investigação. (Foto: Francisco Júnior)
Em coletiva, delegado apresentou detalhes da investigação. (Foto: Francisco Júnior)

A polícia ainda não encerrou as investigações sobre o incêndio ocorrido no dia 2 de outubro em um apartamento no edifício de luxo Leonardo Da Vinci, em Campo Grande. Em coletiva nesta quinta-feira, o delegado responsável pela investigação apresentou os laudos periciais realizados no local.

Miguel Said, delegado do 1º Distrito Policial, confirmou que o fogo no apartamento foi provocado pelo forno, como o Campo Grande News já havia adiantado. Segundo ele, foram realizadas várias pericias no imóvel, que comprovaram a causa do incêndio. “Do que sobrou do fogão, os peritos encontraram uma panela que estava dentro do forno e o botão do forno na posição de ligado”, informou o delegado.

Os peritos Amilcar da Serra e Silva Netto e Antônio Cesar Moreira de Oliveira, responsáveis pela perícia no apartamento, explicaram que vários fatores contribuíram para o incêndio. Segundo eles, a forma como o fogão foi disposto na cozinha propiciou para a propagação das chamas.

Segundo eles, com o aquecimento do forno, que chegou a 660ºC, o madeiramento do armário onde o fogão estava embutido e o tapete colocado na frente do eletrodoméstico acabaram incendiados. “Nos verificamos que o espaçamento do fogão com o armário era de 10 centímetros sendo que o informado pelo fabricante seria de 40 centímetros”, relatou o perito Antônio César.

Conforme as investigações da polícia, o fogo foi iniciado entre às 0h30 e 2 horas do dia 2 de outubro. Neste período, estavam no local o casal e a filha. O filho do casal, que estava na casa da namorada, foi quem percebeu o incêndio no apartamento.

De acordo com o delegado, em depoimento, os moradores do apartamento negaram que deixaram o fogo ligado. “Ainda é cedo para apontarmos culpados. O inquérito ainda não foi concluído. São várias questões a serem analisada. Primeiro é preciso individualizar a conduta de cada um. Foi um conjunto de fatores que culminou na morte de algumas pessoas. É precoce a responsabilização criminal”, disse Miguel Saíd relatando que deverá ouvir a família novamente.

O delegado disse também que vai colher o depoimento do defensor público José Soares Barroso, 54 anos. Ele ficou ferido no incêndio e recebeu alta recentemente do hospital.

A defensora Kátia da Silva Soares Barroso, 37 anos, mulher de José Soares, e o filho do casal, João Manoel Barroso, 6 anos, também ficam feridos, porém, a mulher morreu dias depois. A criança sobreviveu.

O incêndio também provocou a morte do jovem Giovanni Dolabani Leite, de 24 anos. Ele morreu poucos minutos após o incêndio, antes de chegar no pronto socorro.

O delegado Wellington de Oliveira, que auxiliou nas investigações, afirmou que esse incidente serve de exemplo para as pessoas atentarem para questões de segurança em seus imóveis. “As pessoas se preocupam em ter móveis bonitos e esquecem da segurança”, disse o delegado.

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