Polícia vai ouvir pais e adolescentes sobre quadro apreendido
O delegado Fabio Sampaio, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente), disse que irá ouvir nos próximos dias pais e adolescentes que viram o quadro “Pedofilia”, que estava em exposição no Marco (Museu de Arte Contemporânea), no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.
A obra foi apreendida na tarde desta quinta-feira (14), pelo delegado que acatou o argumento de deputados estaduais de que a obra tem apologia à pedofilia.
De acordo com o delegado Fábio, as investigações estão apenas no começo. De acordo com ele, caso se comprove as suspeitas, o crime é de menor poder ofensivo, ou seja, não gera indiciamento. “Iremos ouvir a artista, a coordenadora do museu, pais e adolescentes que viram a exposição”, explicou o delegado. De acordo com ele, o quadro foi apreendido para ser analisado pela perícia. Ele não detalhou que tipo de exame pericial será feito.
Polêmica - O movimento contra a exposição “Cadafalso”, da artista plástica mineira Alessandra Cunha Ropre, foi o centro de acalorados debates na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira, 14. Os deputados classificaram a obra da artista como promoção “de sacanagens e desrespeito à família e aos bons costumes”.
A exposição da artista mineira, que segundo os parlamentares apresenta entre outras coisas cenas de pedofilia e de masturbação, está no Marco desde o mês de junho, mas só agora os parlamentares deram conta do seu conteúdo, a poucos dias do encerramento previsto para o dia 17 deste mês.
Quem levantou o tema na Assembleia Legislativa foi o deputado Lídio Lopes (PEN). Ele disse que questionava uma exposição do Santander Cultural, em Porto Alegre, que acabou cancelada sob a acusação de fazer promoção de pedofilia, zoofilia e blasfêmia.
No término da sessão três deputados Paulo Siufi (PMDB), Herculano Borges (Solidariedade) e Coronel David (PSC) denunciaram a exposição formalmente na Depca (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente.