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Capital

Policial penal é preso após atirar contra casa para cobrar dívida de agiotagem

Homem chegou na residência de carro e atirou duas vezes contra o portão da vítima

Por Bruna Marques e Antonio Bispo | 20/09/2023 06:59
No portão da casa da vítima, a marca dos tiros disparados pelo policial (Foto: Henrique Kawaminami)
No portão da casa da vítima, a marca dos tiros disparados pelo policial (Foto: Henrique Kawaminami)

Policial penal, 36 anos, foi preso na madrugada desta quarta-feira (20), após atirar contra o portão da casa de uma mulher, 39, para cobrar dívida de agiotagem. Ele chegou de carro na residência que fica no Jardim Los Angeles, em Campo Grande.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vizinha da mulher foi quem chamou a Polícia Militar. Aos policiais a mulher disse que o homem parou com um carro Volkswagen Voyage em frente a sua casa, atirou no portão e fugiu.

A vítima disse para a polícia que tinha saído no momento em que o agiota foi até sua casa. Quando voltou, viu a movimentação e foi informada pelos vizinhos o que havia acontecido.

No portão da casa tinham duas marcas de tiros que atingiram também a parede da sala. A ação do homem foi filmada por câmeras de segurança.

Nas imagens que a polícia teve acesso foi possível ver que o homem é moreno e tem barba. Ele desceu do carro, foi até o portão, ficou parado em frente por aproximadamente dois minutos. Na sequência, ele sai com o veículo, faz o retorno, volta e atira. Após efetuar os disparos, o policial penal fugiu acelerando o veículo.

Ao ver as imagens, a vítima reconheceu o homem e afirmou que ele empresta dinheiro a juros a ela e que, por atrasar os pagamentos, vinha recebendo ameaças do policial penal.

Na terça-feira (19), o agiota cobrou a mulher através de mensagens no Whatsapp e no texto ele dizia que ia até a casa da vítima buscar o dinheiro. Quando chegou na residência e viu que ela não estava, o policial mandou novamente mensagem com tom de ameaça.

A vítima apresentou comprovantes de pagamentos dos juros pagos para a Polícia Militar que eram feito via Pix, no CPF (Cadastro de Pessoa Física) do homem.

Os policiais conseguiram chegar até o endereço do homem e ele foi abordado em frente a casa em que mora. Ele dirigia o veículo que foi visto em frente à residência da vítima.

Questionado sobre os fatos, ele confessou ter ido até a casa da mulher, mas negou ter atirado no portão. O homem se apresentou como policial penal e relatou ter arma de fogo em sua residência. Segundo a reportagem, ele está no cargo, pelo menos, desde novembro de 2019.

A arma utilizada pelo homem é uma pistola calibre 9 milímetros. Ele apresentou também o registro do armamento.

A perícia esteve na casa da mulher e recolheu projétil que ficou na parede da residência.

O policial penal e a mulher foram conduzidos até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e o caso foi registrado como ameaça, disparo de arma de fogo e agiotagem.

Em entrevista ao Campo Grande News, na manhã desta quarta-feira, a mulher que preferiu não revelar sua identidade disse que está muito assustada com o que aconteceu.

"Estou muito assustada, eu não sabia que ele era policial penal. Eu pego dinheiro com ele, mas nunca tinha me ameaçado dessa forma. Às vezes falava daquele jeito intimidador por mensagem, mas nunca ameaçou que iria atirar", disse a vítima.

A mulher mora sozinha com o filho criança. Apavorada com os tiros, revelou que vai se mudar. "Durante o dia, ele avisou que ia vir à noite aqui em casa, mas precisei sair. Eu vou sair de casa com o meu filho", informou.

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