Por mês, CCZ registra 300 ataques de animais em Campo Grande
Os casos vão de mordidas a arranhões, envolvendo, principalmente cães e gatos
O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) registra 300 casos de ataques de animais contra pessoas por mês em Campo Grande. Os casos vão de mordidas a arranhões, envolvendo, principalmente cães e gatos.
Ontem, a vítima foi Caroline Cristine da Cruz Arruda, de 22 anos. Ela foi atacada pelo seu cachorro, da raça pit bull. O animal fugiu da casa, no bairro Panorama, para brigar com outro cão.
“Ela tentou pegar o cachorro. Ele mordeu na perna dela e não largava. O Zé Carlos, que mora perto, veio com facão e deu golpes no cachorro”, relata Lóia Catarina Musskopf, que presenciou o ataque.
A vizinha conta que o animal sempre ficava preso e não demonstrava agressividade. “Passo em frente do portão para fazer caminhada. Ele latia, mas nunca avançou”, relata.
O cachorro foi recolhido pelo CCZ. “Ele já chegou em estado de choque. Perdendo muito sangue. A facada perfurou vasos de grande calibre”, afirma a diretora do centro, Júlia Maksoud. O animal morreu em virtude de choque hipovolêmico.
Amostras do cérebro do cachorro foram encaminhadas ao laboratório para fazer exame de raiva. De praxe, toda vez que uma pessoa é mordida, o animal fica dez dias em observação. Depois de 23 anos sem casos, foi confirmado neste mês uma ocorrência de raiva canina na Capital, no Jardim Anache.
A jovem foi levada pelo Corpo de Bombeiros até a Santa Casa. Mas só foi atendida no posto de saúde do Tiradentes, para onde foi encaminhada. Ela tinha o cachorro há quatro anos e, hoje, se mostrava triste com a morte do animal.
“O que acontece é que ele estava brigando com outro cachorro e tentei pegá-lo no colo. Ele estava de costa e não me reconheceu”, diz.
Domínio – Com músculos e mandíbulas fortes, o ataque do pit bull acaba causando ferimentos graves para a vítima. Há um ano, um cachorro matou o próprio dono em Campo Grande. O comerciante Fernando Jorge Paes, de 44 anos, foi morto e teve partes do corpo arrancadas. O animal foi sacrificado.
“O pit bull é dominador. O dono precisa muito ter muito domínio sobre o animal”, enfatiza a diretora do CCZ. Para ela, evitar os ataques depende de uma única postura do dono do animal. “Ter posse responsável”.