ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, SEXTA  05    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Briga contra cremação na Capital ganha outra versão: "questão patrimonial"

Indecisão na família levou caso à Justiça, enquanto corpo está "na geladeira" há quase 20 dias

Por Cassia Modena | 07/03/2024 13:24
Djahir Brites morreu aos 95 anos na Capital, enquanto enfrentava um câncer de próstata (Foto: arquivo da família) 
Djahir Brites morreu aos 95 anos na Capital, enquanto enfrentava um câncer de próstata (Foto: arquivo da família)

Depois de mostrar o conflito familiar que atrasa há 19 dias a cremação do corpo do funcionário público Djahir Correa Brites, em Campo Grande, mais dois dos cinco filhos dele se manifestaram nesta quinta-feira (7) ao Campo Grande News apresentando uma versão diferente.

Joaquim Britts, que não respondeu à reportagem na primeira tentativa de contato, diz não discordar da opção de cremar por motivo religioso mas, sim, porque pode existir uma "questão patrimonial" e de "mudança de árvore genealógica da família, que extingue um povo" com suposta alteração do nome e sobrenome em cartório feita pelo pai.

Ele não sabe dizer se o pai deixa bens, ainda mais porque o inventário ainda não foi feito. O que diz achar estranho, é todos os familiares de Djahir, inclusive os filhos, terem o sobrenome Britts, menos o próprio morto. O nome nos documentos dele e dos irmãos também é escrito de outro jeito: Dejair. "Quero saber o motivo", fala.

O filho teme que uma eventual investigação sobre isso fique impossível caso o DNA do pai vire cinzas. "Quando surge um 'novo nome', eu perco minha identidade, eu não tenho mais pai, meus filhos não têm mais avô e minha árvore genealógica é quebrada. Isso não pode acontecer com nenhuma família. Precisa ser preservado", falou.

Já a outra irmã que se manifestou, Rose Mary, contesta o que disseram o advogado que representa a segunda esposa e mãe de Lidiane Britts, a caçula de Djahir, e a empresa que armazena e espera uma decisão unânime para cremar o corpo, a Pax. "Com exceção da mais nova, todos os quatro irmãos não querem a cremação. Ninguém autorizou" fala.

Rose também teme não conseguir comprovar que tem pai quando tiver que lidar com situações que envolvam sua documentação, como explicou à reportagem.

A reportagem tentou ouvir os outros irmãos que supostamente discordam da cremação, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.

Não houve alteração - A viúva do funcionário público, Eliana Vieira Brites, nega saber que houve alteração no nome e sobrenome em algum momento da vida do marido. O Campo Grande News também questionou o cartório que o registrou e fica em Poconé, no Mato Grosso, e não conseguiu resposta.

Advogado de Djahir em vida e que agora representa Eliana num pedido judicial para autorizar a cremação, Marco Antônio Castello afirma não ter notícias dessa mudança e acredita que a confusão tenha começado com um erro cometido no cartório, quando o mato-grossense foi registrar os filhos.

Ele argumenta que as suspeitas de Joaquim e Rose Mary são "infundadas", já que não deixarão de ser considerados filhos de Djahir em nenhuma hipótese. "A grafia do nome ou sobrenome ser diferente não muda os direitos de ninguém", fala.

Quanto à questão patrimonial, Marco Antônio afirma que o inventário será feito com a participação de toda a família, dentro do prazo de 60 dias após a morte.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.


Nos siga no Google Notícias