Precariedade nas vias causa má impressão para quem chega à Capital
Asfalto danificado, matagal às margens das avenidas e rodovias e ausência de sinalização confundem e exigem "malícia" de motoristas.

Se a primeira impressão realmente é a que fica, muitas rodovias e avenidas de acesso à Campo Grande precisam de uma boa melhorada. Asfalto esburacado ou com remendos deformados, falta de sinalização e matagal nas margens são as principais reclamações dos viajantes.
O Campo Grande News percorreu todas as vias de acesso à Capital na tarde desta segunda-feira (10) para ver de perto as condições estruturais dos principais trechos e ainda a "percepção" dos condutores.
Na BR-262, saída para Três Lagoas, motoristas ficam preocupados com a falta de placas e de acostamento. Aliás, quando há acostamento, está cheio de falhas.
“Dá insegurança parar o veículo. Também falta sinalização para alertar sobre curvas acentuadas. No período noturno fica ainda mais perigoso. Para transitar em alguns trechos, tem que ter muita malícia”, afirma o caminhoneiro Daniel Zobel, 29 anos.
Ele mora em Cuiabá (MT), e fica cerca de 20 dias fora de casa, percorrendo as estradas de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Quem chega aqui em Campo Grande pela primeira vez, dependendo da rodovia, tem a sensação de abandono”, acredita.

No anel viário que liga as BRs 163 e 262, entre as saídas de São Paulo e Aquidauana, o problema na via é o afundamento do asfalto, que segue até a rotatória com o pólo industrial Indubrasil.
Outro viajante, vindo do município de Miranda, a 200 quilômetros da Capital, disse que esse é um dos piores trechos para quem entra em Campo Grande vindo de Terenos.
"Não tem placa e, em alguns pontos, eu fiquei perdido para seguir a rota. E o asfalto está péssimo, com afundamento. Tem que reduzir muito a velocidade para não estragar o carro”, contou Ramão Farias, 48, encarregado de pintura industrial.
Motorista há 6 anos, Anderson Santana Correia, 34, reforça a condição preocupante na área. “Passando a rotatória, fica muito ruim para o motorista. O asfalto está bem desgastado. Pega muito mal para cidade", ressalta.
De fato, as "saliências" na via do prolongamento da Avenida Duque de Caxias desafiam os condutores e dão um certo ar de desleixo em relação à manutenção.

Seguindo "viagem", o que chama atenção de quem chega por Rochedo, na MS-080, são os trabalhos do projeto de revitalização e duplicação do prolongamento da Avenida Euler de Azevedo.
A obra teve inicio em julho de 2016 e deve ser concluída ainda este mês, quando será entregue duplicação de 4,5 quilômetros entre a Avenida Presidente Vargas e o anel rodoviário, com mais sinalização de trânsito e ciclovia.
Já na BR 163, na saída para Cuiabá, a rodovia está em boas condições. Entretanto, basta seguir pela Avenida Cônsul Assaf Trad para sentir a “tremedeira” dos pneus passando pelo asfalto precário. Para desviar dos obstáculos, motoristas utilizam irregularmente a ciclovia, à esquerda de quem vai em direção ao centro.
Boa qualidade no asfalto, sinalização e constantes manutenções foram verificadas em praticamente toda a extensão da BR 163, sob concessão rodoviária.
“Há muitos problemas, com exceção das rodovias sob concessão. Motorista reclama que fica difícil se situar no perímetro urbano. A cidade cresceu e a sinalização não acompanhou”, pontua Helton Selin, assessor jurídico do Sindicargas (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes de Cargas de Mato Grosso do Sul).

A prefeitura de Campo Grande informou que o recapeamento da Avenida Cônsul Assaf Trad, acompanhado da requalificação da via com melhorias na drenagem, está previsto no Projeto de Mobilidade Urbana aprovado em 2012 e que só agora está sendo executado, tendo começado pelo Corredor Sudoeste.
"A via integra o Corredor Norte de transporte coletivo, projeto orçado em R$ 60 milhões, que será custeado com recursos do OGU (Orçamento Geral da União). O prefeito Marquinhos Trad já esteve duas vezes em Brasília, onde se reuniu no Ministério das Cidades para garantir a liberação dos recursos", informou por meio da assessoria de imprensa.
"A manutenção dos canteiros destas avenidas é realizada a cada 45 dias pela concessionária CG Solurb", complementou.
Na próxima semana, quando for concluído o serviço no Jardim Petrópolis, a operação tapa-buraco será feita em toda a extensão da Avenida Duque de Caxias, até a entrada de Indubrasil.
Já o Dnit/MS (Departamento Nacional de Trânsito) informou que, por meio do Crema (Contrato de Recuperação e Manutenção da Rodovia) com a Construtora Caiapó, realiza serviços do Km 191,20 ao Km 328,30.
Informou que está realizando processo de licitação para contratação de empresa especializada para manutenção e conservação do trecho entre os Km 0,00 e4 Km 191,20, bem como outro contrato para reparo de acostamentos e pista.
“Quanto à sinalização rodoviária, encontra-se em andamento o Programa BR Legal, que visa implantar e revitalizar a sinalização vertical e horizontal das rodovias federais. As empresas estão executando os serviços conforme planejamento prévio, portanto em breve, os trechos serão sinalizados adequadamente", finaliza.
Confira, na galeria, imagens de alguns trechos de rodovias e avenidas de acesso à Capital.
Confira a galeria de imagens: