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Prédio de faculdade passa por reforma para ser vendido após 29 anos

Objetivo é que a edificação tenha finalidade semelhante e que não seja construído condomínio residencial

Por Izabela Cavalcanti | 26/02/2024 14:09
Entrada da Uniderp Agrárias, em Campo Grande, com portões fechados (Foto: Marcos Maluf)
Entrada da Uniderp Agrárias, em Campo Grande, com portões fechados (Foto: Marcos Maluf)

Após 29 anos de fundação, o prédio da Uniderp Agrárias será vendido. No momento, o terreno de 133 mil m² (13.3 hectares) passa por reforma estimada em R$ 2 milhões. São mais de 20 mil metros quadrados de área construída, que conta com piscina, campo de futebol, 50 blocos, dezenas de salas e 52 laboratórios.

Quem passa em frente já vê os portões fechados, mato alto, muros pichados, pintura desgastada, cercas arrebentadas e ferros enferrujados.

O ex-senador e professor Pedro Chaves dos Santos Filho, - dono do imóvel -, foi reitor da universidade até outubro de 2006, ano em que vendeu para outro grupo gerenciar as duas unidades, uma na Avenida Ceará e outra na Avenida Desembargador Leão Neto, próxima a BR-163. No entanto, os prédios continuaram em seu nome.

O imóvel da Agrárias foi entregue em janeiro deste ano e todos os cursos passaram para o campus da Ceará. Nesta unidade, o contrato foi renovado por mais 10 anos.

Ainda segundo Pedro Chaves, o único requisito é que não seja construído condomínio no local. “Estamos restaurando tudo o que é possível. Eu gostaria muito que não fosse uma atividade de condomínio, eu não gostaria que a pessoa desmanchasse todo aquele prédio, porque é uma história. Eu quero alguém que possa preservar o máximo que puder, se a utilização for boa, vai ser ótimo para nós e para a comunidade”, pontuou em entrevista ao Campo Grande News.

Atualmente, três empresários já demonstraram interesse em transformar a Agrárias em uma escola. “Tem pessoas que me procuram para comprar a área, mas eles querem detonar tudo para transformar em condomínio. Eu não vou permitir isso. Eu quero que alguém instale uma instituição. Tenho três pessoas interessadas em transformar aquilo em unidade escolar”, contou.

A reportagem apurou que o Governo do Estado tem interesse no imóvel, para atender a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), que está estudando a viabilidade da aquisição. A pasta quer criar um centro de ensino para servidores e a Escola Superior da Segurança Pública, para oferecer ensino superior, condições para pesquisas e cursos de extensão de assuntos de interesse da segurança pública.

Um grupo de trabalho foi criado em agosto do ano passado para definir o modelo do centro, que contará com receitas de emendas parlamentares. Ele foi criado em agosto e o prazo para apresentação da proposta se encerra este mês.

Pedro afirma que está aberto a negociar propostas, mas não informou o valor que pretende vender. De acordo com ele, a terra crua, sem edificação, custa em média R$ 1 mil o metro quadrado.

Uniderp Agrárias com mato alto e cerca com arame enferrujado (Foto: Marcos Maluf)
Uniderp Agrárias com mato alto e cerca com arame enferrujado (Foto: Marcos Maluf)

Histórico – Em 1970, Pedro Chaves começou a construir um “império” no setor educacional privado, quando fundou a Cesup (Centro de Ensino Superior de Campo Grande) que acabou se tornando Uniderp em 1990. Em 1995 foi fundada o Campus de Ciências Agrárias da Uniderp, local que está à venda atualmente.

Chaves foi reitor da Uniderp até outubro de 2006, quando a vendeu para Anhanguera Educacional Participações S/A, de São Paulo. Já no ano de 2008, a universidade passou a denominar-se Universidade Anhanguera-Uniderp. Em 2013, foi adquirida pelo grupo Kroton Educacional, voltando a ser denominada Uniderp.

Expansão na região – A unidade que fica próxima à região da Chácara dos Poderes e Jardim Veraneio já ganha novos empreendimentos, como a construção de dois condomínios de luxo.

Além disso, também será construído viaduto no cruzamento da BR-163 (chamada de Avenida Alexandre Herculano no perímetro urbano) com a Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo.

A obra está estimada em R$ 25 milhões, sendo uma medida compensatória de trânsito exigida pela Prefeitura de Campo Grande para a construtora.

Os condomínios devem fazer com que a população do bairro seja multiplicada por sete até 2028, e a rota acrescida de 3.300 veículos diariamente passando pelo trecho. Por isso, a construção do viaduto.

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