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Capital

Furto é prejuízo em dobro quando ladrão invade prédio tombado

Sede da ONG Ecoa (Ecologia em Ação), o Casarão Thomé foi invadido e danificado durante a madrugada do Ano Novo

Por Geniffer Valeriano | 07/01/2025 15:39
Furto é prejuízo em dobro quando ladrão invade prédio tombado
Janela por onde ladrão fugiu após furtar sede da Ecoa (Foto: Enryck Sena)

De ONG (Organização Não Governamental) a prédios históricos que compunham antiga ferroviária sofrem com o crescimento de insegurança na Rua 14 de Julho, próximo à Feira Central. Sede da ONG Ecoa (Ecologia em Ação), o Casarão Thomé foi invadido e danificado durante a madrugada do Ano Novo.

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O Ecoa (Ecologia em Ação), localizado no Casarão Thomé, tem enfrentado uma crescente insegurança na Rua 14 de Julho, em Campo Grande, onde sua sede foi invadida e furtada pela oitava vez em 29 anos. Durante o último incidente, foram levados dois celulares e um notebook, apesar das medidas de segurança como câmeras e alarmes. O diretor da organização, André Luiz Siqueira, expressou preocupação com a perda de informações valiosas, como fotos históricas que não foram salvas na nuvem. Comerciantes da região, como José Antônio, também relatam um aumento na criminalidade, levando-os a investir em segurança, mas muitos estão considerando fechar seus estabelecimentos devido ao clima de medo e insegurança crescente.

O diretor-geral de projetos e programas da Ecoa, André Luiz Siqueira, relata que por estar em um prédio histórico, a organização realizou apenas pequenas alterações para não alterar as características da construção.

“Não dá para fazer qualquer tipo de grade. Por exemplo, quebrou essa janela e vai ter que ser restaurada, não dá para colocar uma de alumínio. Então, tudo é um pouco mais delicado nesse sentido, porque a gente não muda muita característica da casa. Por outro lado, também, ela fica um pouco mais vulnerável. Vamos ver agora também depois disso tudo como é que nós vamos proceder”, explicou.

Durante a invasão foram levados dois celulares e um notebook, mesmo o local possuindo câmeras de segurança, alarme monitorado e grades. A Ecoa chegou a emitir um alerta para evitar que sejam aplicados golpes com os números dos telefones. Sendo eles (67) 9 9604-0799 e (67) 9 9984-8667.

Furto é prejuízo em dobro quando ladrão invade prédio tombado
Criminoso entrou pelo telhado para furtar sede do Ecoa (Foto: Enryck Sena)

Nos 29 anos que a Ecoa está utilizando o Casarão Thomé como sede, este foi o oitavo furto que a organização sofreu. André explica que, apesar de não ser grande o número de ocorrências, o crime já causou perdas irreparáveis para a instituição.

“Mais do que o valor do bem é o que tem dentro dele. [...] Na penúltima vez que roubaram aqui, levaram um HD externo. Esse HD externo não tinha valor nenhum, mas dentro dele tinham fotos históricas da organização, eram 32 anos de história. Quando entraram aqui, a gente ainda não havia salvado tudo na nuvem [...] então teve fotos que se perdeu e não recupera mais. Então o prejuízo é isso, é perda das informações”, detalhou.

Conforme relatado por André, a preocupação da organização atual é de que o criminoso retorne ao imóvel para realizar um novo furto. “A gente pede que as forças de seguranças olhem para essa região, que também tem muitos comerciantes, porque está todo mundo muito assustado”, relatou.

Furto é prejuízo em dobro quando ladrão invade prédio tombado
Para reforçar segurança, Casarão Thomé instalou cerca, alerme e câmeras de segurança (Foto: Enryck Sena)

Sobrevivente - Com comércio localizado ao lado da sede da Ecoa há mais de 22 anos, José Antônio é resistência em meio aos companheiros que estão fechando as portas. Conforme relatado, a insegurança foi crescendo aos poucos conforme os usuários de drogas foram migrando para a região.

“Eles ficam de dia andando por aí pedindo as coisas e roubando também. À noite eles dormem aí em um barracão que está abandonado. Nós não podemos mais pintar a fachada mais, porque eles vêm e picham. O cara ali da embalagem não aguentou, ele foi embora”, explicou.

O comerciante recorda que, quando iniciou o comércio, a “região era tranquila e boa para se trabalhar”. Com o aumento da insegurança, os empresários precisaram investir em equipamentos como alarmes e câmeras de segurança.

Furto é prejuízo em dobro quando ladrão invade prédio tombado
José Antônio já precisou correr atrás de criminoso para recuperar mercadoria furtada (Foto: Enryck Sena)

“Eu não tenho, mas o vizinho tem e ele mora aqui do lado. Então ele cuida aqui para mim e eu cuido ali para ele também. É assim que nós fazemos aqui. Mas é terrível, não está fácil ficar aqui, não. Ali mesmo também já fechou”, comentou.

José ainda relata que já foi assaltado, mas o que é mais comum em seu estabelecimento são as tentativas de furto. O homem ainda relembra que já houve vezes em que ele precisou correr atrás de quem tentou levar uma ferramenta da sua loja.

Apesar da insegurança, José afirma que não pretende abandonar a região. “Qualquer coisa que eles achar, eles levam, então tem que ficar de olho. [...] Eu to aqui porque já estou há muitos anos e tem a clientela também. Mas não está fácil, não”.

Furto é prejuízo em dobro quando ladrão invade prédio tombado
Fachada de prédios permanece pichada, após desistência de comerciantes (Foto: Enryck Sena)

Aumento de segurança - Procurada pelo Campo Grande News, a Polícia Militar relatou que o batalhão que atende a região será informado sobre a situação que vem ocorrendo. Segundo detalhado, o problema será analisado para que possam aplicar as ações de maneira que os crimes sejam prevenidos e reprimidos.

Ainda é reforçada a necessidade de se registrar boletim de ocorrências quando os crimes ocorrem. “Assim, é imprescindível que os comerciantes e moradores da região repassem esse tipo de informações sobre eventuais problemas diretamente às equipes policiais ou registrem eventuais crimes na delegacia da região, de modo que os órgãos de segurança possam tomar conhecimento desses fatos e atuar de forma mais precisa”, afirma sobre a importância do registro de ocorrência.

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