Prefeitura discute novas restrições contra covid
Diretores de hospitais e secretário estadual de saúde pressionam Marquinhos Trad pelo fechamento de alguns setores
O prefeito Marquinhos Trad está neste momento reunido com representantes de hospitais de Campo Grande e com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. No Paço Municipal, o grupo vai discutir a necessidade de novas ações de combate ao coronavírus na Capital.
O secretário Geraldo Resende já antecipou que pedirá adoção de medidas mais drásticas, como ampliação em 4 horas do toque de recolher, para vigorar entre 20h às 5h. Nesta semana, o programa Prosseguir, que monitora o aumento de infectados, reclassificou a Capital com bandeira vermelha, o que piora a avaliação da semana anterior.
Desde o fim de outubro, a lotação de UTIs só cresce e diretores têm defendido medidas mais restritivas como forma de conter o avanço da covid-19. Hoje, a Santa casa anunciou que, diante do aumento de contaminações, "está reabrindo novos leitos e abre contratação de 100 técnicos de enfermagem para início imediato".
Na reunião desta sextas-feira, um dos presentes é o diretor-presidente da Caixa de Assistência ao Servidor de Mato Grosso do Sul, Ricardo Ayache, acompanhado de Marcos Bonilha, diretor clinico da Cassems. Outro que já chegou é o direto do Proncor, Eduardo Elias.
Nas redes sociais, ontem Ayache postou: "Enfrentamos um momento muito delicado! Nossa capacidade de ampliação de leitos está cada vez menor e o número de casos de COVID-19 segue aumentando rapidamente. Precisamos, mais do que nunca, do esforço e da responsabilidade de todos!"
Na semana passada, o Proncor usou também as redes sociais para comunicar que estava reforçando o número de funcionários diante da demanda. A Unimed também fez o mesmo, reativou UTIs e tem repetido alerta sobre a taxa de ocupação de leitos em crescimento acelerado.
No hospital referência em covid, o Regional de Campo Grande, ontem 100% dos leitos de UTIs estavam ocupados. O MInistério da Saúde apontava 110%, mas segundo a direção do HR a divergência ocorria por falta de atualização de leitos já habilitados.
Pressionado - Na sequência do último encontro sobre o assunto, realizado em 25 de novembro, decreto reativou o toque de recolher, suspenso desde 15 de outubro. A expectativa é que Marquinhos acate sugestões e reedite decretos que vigoraram no início da pandemia, para reduzir o fluxo de pessoas pela cidade.
Ontem, o Ministério Público Estadual também se manifestou favorável à ampliação do toque de recolher e foi além, quer lei seca, com proibição de venda de bebidas. Só ontem, 62 comércios foram fechados desrespeita a ordem de encerrar as atividades à meia-noite.
Do outro lado do cabo de guerra está o comércio. Na reunião do dia 25, apenas lojistas participaram. Na ocasião, o grupo aceitou a volta do toque de recolher, mas defendeu a manutenção do nível de flexibilização em vigor. O comércio argumenta que não tem como abrir mão do movimento de dezembro, principal época de vendas.