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Capital

Prefeitura diz lamentar confusão e atribui a pane atraso em ônibus

Passageiras revoltaram-se contra demora do ônibus da linha 072, local foi fechado e Guarda reagiu com spray e arma não letal

Izabela Sanchez | 15/11/2019 15:03
Revolta com atraso motivou bloqueio para o acesso do Terminal Morenão na manhã desta sexta-feira (15) (Foto: Marcos Maluf)
Revolta com atraso motivou bloqueio para o acesso do Terminal Morenão na manhã desta sexta-feira (15) (Foto: Marcos Maluf)

Manifestação de passageiros, boa parte trabalhadoras, no Terminal Morenão, na manhã desta sexta-feira (15) terminou com repressão da polícia militar e da guarda municipal, que usou armamento e spray de pimenta para dispersar a movimentação. Em nota oficial, a Prefeitura de Campo Grande disse “lamentar” a confusão.

A revolta de quem precisa do transporte coletivo para trabalhar no feriado ocorreu pelo atraso, segundo passageiros, de 40 a 50 minutos em ônibus da linha 072, que faz a linha Nova Bahia/Morenão. Exaltada, a população bloqueou a entrada de outros veículos no terminal.

A Prefeitura afirmou que o veículo da linha em questão sofreu uma pane durante o trajeto e parou de circular. Segundo a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), esse foi o motivo do atraso, já que o veículo precisou ser substituído.

“Com isso, houve um atraso até que fosse feita a substituição do veículo (que não conseguiu chegar ao terminal no horário previsto), o que levou um grupo dos usuários que aguardavam a linha 072 a uma manifestação”, diz a nota.

O transporte público tem sido o mote de muitos protestos, de menor ou maior porte, não só no Brasil (incluindo o desencadeamento das grandes manifestações de 2013), mas em toda a América Latina.

Investigação – A Prefeitura afirma que vai apurar, em procedimentos internos, tanto o motivo da pane no veículo quanto a ação repressiva. A nota afirma que cabe ao Consórcio Guaicurus realizar a manutenção dos veículos.

“O Município irá averiguar os motivos da falha na linha 072, o que provocou todo o problema e, então, encaminhar as providências cabíveis, uma vez que a manutenção, preventiva e corretiva, dos veículos em circulação são de responsabilidade do Consórcio Guaicurus”.

A nota relata que a Guarda chegou ao terminal às 8h e que, “no primeiro momento”, agentes tentaram dialogar. “A partir de então, o grupo de manifestantes, aos gritos, afirmou que não iria se retirar da pista, o que impedia a circulação dos veículos”.

“Como medida cautelar, os GCM’s lançaram no ar spray de pimenta (espargidor de pimenta). Após essa ação houve a liberação do local, garantindo o direito de ir e vir daqueles que estavam utilizando o serviço de transporte coletivo. A corregedoria da Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes) irá abrir procedimento administrativo para apurar eventual excesso cometido por servidor da Guarda Civil Metropolitana, durante a ação”, afirma a nota.

Consórcio – Ao Campo Grande News, o diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende Filho, disse que o grupo de empresas responsável pelo transporte coletivo em Campo Grande foi pego de surpresa pelo funcionamento normal do comércio neste feriado, mas não citou a pane no veículo.

“Foi algo pontual. O que aconteceu hoje é que faltou uma comunicação melhor entre Agetran [Agência Municipal de Transporte e Trânsito], consórcio e próprios comerciantes, porque o número de ônibus que está operando, com redução de 30% na frota, é o que opera em um feriado comum”, disse.

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