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Capital

Prefeitura reajusta contrato e vai pagar R$ 8,5 milhões por uniformes

Mais peças de uniformes serão compradas

Richelieu de Carlo | 02/08/2017 09:35
Uniforme da Reme em 2017. (Foto: Yarima Mecchi/Arquivo)
Uniforme da Reme em 2017. (Foto: Yarima Mecchi/Arquivo)

A Prefeitura de Campo Grande aumentou para R$ 8,5 milhões o valor da compra de 350 mil itens de uniformes escolares para os alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino), embora o pagamento tenha sido suspenso porque parte das camisetas chegou com numeração errada.

O novo valor foi publicado na edição do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) desta quarta-feira (2). Os uniformes dos alunos da rede municipal foram comprados através de Extrato de Adesão a ata de registro de preços da prefeitura de Embú das Artes (SP) no dia 20 de março deste ano, com valor original de R$ 7,8 milhões.

A carona do Executivo municipal com a cidade do estado vizinho se deu porque as licitações feitas pela antiga administração foram suspensas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) em dezembro.

Conforme o secretário municipal de Finanças, Pedro Pedrossian Neto, o aumento se deve a um novo acordo celebrado entre a Semed (Secretaria Municipal de Educação) e a empresa fornecedora dos uniformes, a Reverson Ferraz da Silva, para compra de mais peças e está relacionada às camisetas que vieram erradas.

Inicialmente, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) suspendeu o pagamento pelos uniformes e a devolução do lote que chegou errado. Entretanto, neste novo acordo, este lote não seria devolvido, pois as peças podem ser utilizadas pelos estudantes.

Os detalhes, porém, são de conhecimento da titular da Semed, Ilza Mateus de Souza. A reportagem entrou em contato para mais informações, mas a secretária não atendeu às ligações e a assessoria ficou de passar um retorno.

Até o momento a Capital já pagou R$ 5.358.000,00 pelas peças que foram recebidas, de acordo com Pedrossian Neto. “Apenas o que é liquido, certo e incontroverso nós pagamos. O que não tinha nenhuma dúvida nós pagamos", explicou.

Em março, sede da Reverson era em Cerquilho, no interior paulista.
Em março, sede da Reverson era em Cerquilho, no interior paulista.

Novo endereço e capital social - A adesão de Campo Grande para a compra foi publicada no dia 20 de março deste ano no Diário Oficial, um mês e pouco depois de o município de Embu das Artes, em São Paulo, registrar ata com valor total estimado de R$ 12,5 milhões. O objeto era registro de preços para fornecimento estimado de 56 mil kits de uniforme escolar.

O valor do contrato entre a prefeitura da Capital e a fornecedora era de R$ 7,8 milhões e incluía 350 mil itens. No mês de março, a consulta à Receita Federal informava que a empresa funcionava na rua Angelo Luvizotto, no Centro de Cerquilho, município de 44 mil habitantes no interior de São Paulo. O imóvel era relativamente pequeno, ao lado de uma igreja, e já havia sido loja de roupas para festas e noivas.

Conforme consulta à Junta Comercial de São Paulo, o capital social da empresa, aberta no ano de 2012, era de R$ 150 mil em março de 2017. Já verificação na Receita Federal, por meio de consulta ao CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), reportava um telefone de empresa de assessoria financeira, com sede em Sorocaba (SP).

Dois meses depois, a mesma numeração de CNPJ indica que a empresa trocou de nome, endereço e capital social. Agora, o nome é Revemtex Indústria e Comércio Ltda-ME, com capital social de R$ 1,2 milhão (ampliação de 700%) e localizada na rua Paulo Roberto Oliveira, em Boituva, a 30 km de Cerquilho. A reportagem não conseguiu contato com o telefone indicado no cadastro.

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