ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Prefeitura vai abrir leitos após fechamento "irreversível" de ala da Santa Casa

A Secretaria Municipal de Saúde está elaborando um plano de contingência para a absorção dos pacientes

Natália Olliver | 12/07/2023 19:01
Serviço de psiquiatria a novos pacientes foi imperrompido no dia 1º de julho (Foto: Arquivo\ Campo Grande News)
Serviço de psiquiatria a novos pacientes foi imperrompido no dia 1º de julho (Foto: Arquivo\ Campo Grande News)

Nesta quarta-feira (12), a Santa Casa de Campo Grande fez uma nova reunião em que foi proposta pela gestão municipal que a unidade hospitalar mantivesse a ala psiquiátrica com recurso adquirido em Brasília para "uso geral". A proposta foi negada pelo hospital. Para a Santa Casa, no momento, a decisão é irrevogável, ou seja, a ala não será reaberta e prefeitura alega que vai abrir novos 20 leitos na própria rede.

William Lemos, diretor-geral da unidade, explicou que os pacientes que ainda estão internados vão continuar sendo tratados até que seja concluído o processo, mas que os novos não serão admitidos.

“Isso não foi aceito e fomos enfáticos que o serviço de psiquiatria não faz parte da vocação da Santa Casa. Durante todo esse ano, vários ofícios foram enviados para a prefeitura, para que fosse resolvido essa situação, nada aconteceu. Neste momento, a decisão da Santa Casa é irrevogável”, disse.

O encontro contou com a presença da secretária-adjunta de saúde, Rosana Leite, e do secretário de Estado da Casa Civil, João Eduardo Barbosa Rocha. William acrescenta que o dinheiro foi para o Fundo Municipal de Saúde, e por isso a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) teria feito a proposta.

William Lemos, diretor-geral da Santa Casa (Foto: Divulgação)
William Lemos, diretor-geral da Santa Casa (Foto: Divulgação)

“Por causa de portarias e regras ministeriais, o dinheiro vem para a prefeitura. O serviço de psiquiatria desde a reativação foi mantido com um contrato à parte, onde eram destinadas verbas específicas para esse serviço. Desde dezembro de 2022, não temos um novo contrato, habilitação e nem somos pagos por esse serviço. Não seria justo usar a verba que conseguimos para outros fins apenas para custear esses serviços que a Sesau não vem honrando com o pagamento”, disse.

A reportagem procurou a Sesau para esclarecimento do impasse. Em resposta, a secretaria disse que esteve em tratativas constantes desde o final do ano passado com a Santa Casa para manter o serviço.

"Entendendo o exposto pelo hospital, que alega que a área não é de sua vocação, a secretaria está elaborando um plano de contingência para a absorção dos pacientes que poderiam ser internados no local. Assim, além das tratativas com outros hospitais visando ampliar os leitos psiquiátricos, dentre eles o Hospital Nosso Lar, a Sesau planeja abrir 20 novos leitos na rede própria".

Relembre - A ala psiquiátrica da unidade fechou para novos pacientes no dia 1º de julho, entretanto, manteve o atendimento para os sete que ainda estão em tratamento. Ao todo, foram 21 leitos fechados. Ela foi reaberta em dezembro de 2021 e conforme já publicado pelo Campo Grande News, a Sesau afirmou que ofereceu um repasse de R$ 1,5 milhão para manter o serviço, mas a proposta foi recusada pela instituição hospitalar.

À reportagem, na quinta-feira (6), a assessoria da Santa Casa justificou a desativação da ala psiquiátrica devido à falta de recursos, alegando que não há pactuação com a Sesau desde dezembro de 2022 para essa especialidade.

Adjunta Rosana Leite afirma que implantação do hospital já "está na programação" do Município (Foto: Paulo Francis)
Adjunta Rosana Leite afirma que implantação do hospital já "está na programação" do Município (Foto: Paulo Francis)

Para Rosana Leite, a própria instituição não tem mais interesse em prestar serviço na área de psiquiatria e justifica o fechamento pela falta de repasse da prefeitura.

"Não querem atender por questão de vocação, não exclusivamente por causa da falta de repasse", disse a adjunta à reportagem. A sinalização de falta de interesse foi dada durante uma das reuniões entre a Sesau e a instituição que Rosana Leite participou pouco depois de assumir o cargo, em dezembro de 2022.

Nos siga no Google Notícias