Preso compartilhando pornografia infantil escondia cinco HDs no quarto da filha
Homem foi preso em operação da Depca contra abuso sexual infantil
Homem de 41 anos preso durante operação da polícia contra abuso sexual infantil, em Campo Grande, escondia cinco HDs com imagens de pornografia envolvendo crianças e adolescentes no quarto da filha pequena. Ele e outro rapaz, de 37 anos, preso na mesma operação, passam por audiência de custódia nesta quinta-feira (19).
A Operação Predador faz parte da campanha "Maio Laranja", em alusão Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual Infantil, comemorado em 18 de maio. Policiais da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) saíram às ruas para cumprir dois mandados de busca e apreensão.
Os dois alvos, moradores no Bairro Coophavila e Jardim Noroeste, já eram investigados há seis meses pelo setor de inteligência da polícia, que constatou compartilhamento e armazenamento de abuso infantil na internet.
Durante as buscas, o homem de 41 anos, morador do Coophavila, foi flagrado com 50 gigabytes de imagens, no entanto, alegou que não tinha conhecimento do conteúdo que possuía nos HDs escondidos no quarto da filha. Em interrogatório, disse estar desempregado, fazendo bicos de manutenção de computadores e limpezas de quintais. Ele acredita que os programas que usa para baixar filmes, séries e gravar vídeos tenham baixado automaticamente as imagens de pornografia infantil.
Já o outro preso, do Jardim Noroeste, flagrado com 17,5 gigas do mesmo conteúdo, apenas afirmou ser formado em Educação Física e trabalha atualmente como motorista de aplicativo. Ele permaneceu em silêncio no interrogatório.
Grande quantidade de conteúdo - O que chama a atenção da polícia é o profundo conhecimento que os dois alvos tinham de computação e a grande quantidade de imagens mostrando crianças menores de 12 anos sendo abusadas sexualmente.
"No caso do preso no Jardim Noroeste, ele estava baixando muito conteúdo, sempre ativo. Baixava material de exploração e abuso sexual infantil e tinha muita criança nos vídeos, de menos de 12 anos, de 3, 6, tinha muito material", revelou a delegada Fernanda Mendes.
Os dois presos não têm passagens pela polícia. "Isso confirma que esse criminoso não tem rosto", ponderou a delegada. Ela também destacou que, ao contrário do que é pensado por esses criminosos, a polícia consegue identificar quem baixa imagens de abuso infantil. "No mundo online, as pessoas acreditam que estão não identificadas, sozinhas, isoladas, mas não, a polícia consegue identificar e localizar esses autores que baixam material de abuso sexual infantil. Nós temos várias ferramentas de inteligência que identificam precisamente cada um dos alvos."
Os dois foram presos em flagrante por armazenar, que é um crime permanente e autônomo, e compartilhar material de abuso sexual infantil. O crime de armazenar varia de 1 a 4 anos de prisão, já disponibilizar e compartilhar, de 3 a 6 anos. A polícia representou pela prisão preventiva dos dois.