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Capital

Preso por contrabando com policiais é reincidente e usava tornozeleira

Homem, de 28 anos, que estava foragido, se entregou na tarde desta quinta-feira na sede da Polícia Federal, em Campo Grande

Liniker Ribeiro e Clayton Neves | 01/08/2019 18:36
Policiais Moacir (de camisa azul) e Alaércio (camiseta branca) chegando para audiência de custódia (Foto: Clayton Neves)
Policiais Moacir (de camisa azul) e Alaércio (camiseta branca) chegando para audiência de custódia (Foto: Clayton Neves)

Identificado como Francisco Job, um dos presos na Operação Trunk, deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira (31) para desarticular quadrilha de grande porte que atuava no contrabando de cigarros-, é reincidente no crime e usava tornozeleira eletrônica há pouco mais de 5 meses. Ele passou por audiência de custódia, na tarde de hoje (1º), ao lado dos dois policiais rodoviários federais presos na operação e de uma mulher também integrante da quadrilha.

Durante audiência, realizada em Campo Grande, o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal, ouviu dos quatro envolvidos detalhes de como as prisões aconteceram. Francisco afirmou ainda que estava prestes a tirar a tornozeleira eletrônica, faltando apenas 17 dias para completar o prazo previsto para uso, de seis meses.

Ele foi preso em Ponta Porã, assim como Elaynne Cristina Dantas de Farias. Já os policiais, Moacir Ribeiro da Silva Netto e Alaércio Dias Barbosa, foram presos em Dourados. O último, inclusive, estava de serviço no posto da PRF na rodovia BR-163.

Os policiais são acusados de receber o dinheiro da quadrilha para facilitar a passagem de carregamentos de cigarro paraguaio. Com o dinheiro da propina, Alaércio teria arrendado em Ponta Porã, o Prime Motel e Pousada.

Essa é a segunda vez que o PRF é preso acusado de envolvimento com a Máfia do Cigarro. Em 2011, ele estava entre os 26 presos na Operação Marco 334, que desmantelou cinco organizações criminosas com forte atuação na região de Mundo Novo e Eldorado.

Alaércio e Moarcir, assim como Francisco, estão provisoriamente em cela na Polícia Federal, em Campo Grande. Eles serão ouvidos e, posteriormente, os policiais devem ser levados para o Centro de Triagem da Capital. A transferência de Francisco dependerá de solicitação de vaga.

Elaynne Cristrina já ocupa uma das celas do Presídio Feminino da Capital. Os advogados de defesa dos quatro presos afirmaram que ainda não tiveram acesso ao inquérito e, após se inteirarem, vão definir a linha de defesa. Os profissionais também devem solicitar a soltura dos quarteto, mediante medida cautelar.

Foragido - Na tarde de hoje, o homem, de 28 anos, que estava foragido da operação, se entregou à polícia. Conforme a PF, ele é natural do Paraná, porém, mora em Campo Grande e trabalhava como motorista de aplicativo.

A operação – As investigações que levaram à operação de hoje tiveram início em julho de 2018, com a apreensão de caminhão carregado com 430 mil maços de cigarro do Paraguai. No transcorrer das investigações foram 19 carregamentos apreendidos em caminhões e carretas e 26 pessoas presas.

Segundo a PF, os valores de produtos ilícitos apreendidos, em contagem superficial, ultrapassam R$ 70 milhões. As investigações demonstraram a participação de policiais e de um agente político na organização criminosa. A identidade do político ainda é desconhecida.

Ainda conforme a PF, os policiais envolvidos no esquema recebiam propina para facilitar a entrada do cigarro contrabandeado no território nacional e para circulação nas estradas.

Além dos oito mandados de prisão estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Federal em Campo Grande. Os mandados são cumpridos na Capital, Dourados, Ponta Porã, Rio Brilhante, Embu-Guaçu (SP) e São Bento (PB).

 

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