PRF envolvido com quadrilha de cigarreiros é liberado após 9 meses preso
Wilson Luiz de Brito está no Centro de Triagem deste agosto de 2019 e agora vai aguardar ao julgamento em casa, com tornozeleira
A Justiça Federal decretou a liberdade do policial rodoviário federal preso por envolvimento em um esquema milionário de contrabando de cigarros em Mato Grosso do Sul. Wilson Luiz de Brito está no Centro de Triagem de Campo Grande deste agosto de 2019, quando foi alvo da Operação Teça e agora vai aguardar ao julgamento em casa, monitorado por tornozeleira eletrônica.
O envolvimento do policial rodoviário federal com a quadrilha foi relevado durante investigações da Polícia Federal. Conforme divulgado na época, o grupo enviava carregamentos de cigarro contrabandeados de Mato Grosso do Sul para vários estados brasileiros. Wilson usava a profissão para liberar as carretas com o produto vindos do Paraguai.
Preso preventivamente desde a operação, o policial ganhou o direito de ir para casa na noite desta terça-feira (28), após decisão do desembargador Nino Oliveira Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Na decisão, foi considerado o crime pelo qual o policial foi denunciado. Ao Campo Grande News, o advogado que fez a defesa do PRF, Wellyngton Ramos Figueira, explicou que o desembargador entendeu que o afastamento de Wilson da sua função na PRF (Polícia Rodoviária Federal) era suficiente para impedir que ele voltasse a cometer o suposto crime.
“Se o suposto crime (facilitação de passagem de caminhões com carregamento de cigarros) está diretamente ligado à função policial, determinando seu afastamento da PRF já se alcança o interrompimento da suposta prática criminosa, não sendo necessária a prisão do acusado”, reforçou.
Para deixar o Centro de Triagem, Wilson precisará colocar tornozeleira eletrônica, não poderá manter contato com outros réus do processo, sair do Estado ou do país.
Operação – No dia 8 de agosto de 2018 policiais federais saíram às ruas para cumprir 40 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em sete cidades de Mato Grosso do Sul (Eldorado, Mundo Novo, Japorã, Amambai, Iguatemi, São Gabriel do Oeste e Rio Brilhante), duas no Paraná (Maringá e Umuarama) e um do Rio Grande do Norte (Mossoró).
Na época, durante as apurações, foram apreendidos R$ 144 milhões em contrabando e 155 veículos usados para transportar os cigarros ilegais, além disso 75 pessoas foram presas.
Um dos líderes da quadrilha de contrabandistas, Terifran Ferreira de Oliveira, ganhou a liberdade provisória dois meses após a operação e deixou a prisão depois de colocar tornozeleira eletrônica e pagar fiança de R$ 120 mil.
Outros dois envolvidos na quadrilha, já foram condenados pela Justiça Federal. Os acusados Deividy Fernando Panício dos Santos e Rodrigo Barros Araújo receberam pena de 5 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado e de 4 anos e 4 meses em regime semiaberto, receptivamente.