Três meses depois de operação contra cigarreiros, dois são condenados
Investigação da Polícia Federal identificou quadrilha responsável por contrabando de produto vindo do Paraguai
Três meses depois de deflagrada a Operação Teçá, em agosto deste ano, a Justiça Federal já tem condenações de réus por fazer parte da máfia do cigarro contrabandeado, os acusados Deividy Fernando Panício dos Santos e Rodrigo Barros Araújo. Deividy recebeu pena de 5 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado e Rodrigo vai cumprir 4 anos e 4 meses em regime semiaberto.
A ação, desenvolvida pela Polícia Federal, cumpriu 40 mandados 40 mandados de prisão preventiva e mais de 30 ordens de busca e apreensão.
O juiz responsável, Ricardo William Carvalho dos Santos, de Naviraí, a 366 quilômetros de Campo Grande, proferiu a primeira sentença no dia 28 de novembro.
A Justiça Federal divulgou que o processo foi desmembrado em relação aos demais réus, que se encontram soltos, com previsão “para breve” julgamento.
A Teçá investiga a ação e cigarreiros em Mato Grosso do Sul, Paraná e no Rio Grande do Norte. Apontado como um dos líderes do grupo pelo MPF (Ministério Público Federal), Terifran Ferreira de Oliveira é um dos réus soltos. Ele foi liberado em outubro, sob fiança de R$ 100 mil.
Rota – Conforme a investigação apontou, a organização criminosa tinha o objetivo de internalizar irregularmente cigarros estrangeiros do Paraguai bem como garantir que a carga alcançasse, no território brasileiro, seu destinatário.
Após o ingresso da carga ilícita no Brasil, o motorista seguia em uma espécie de corredor logístico criado pela organização até as cidades de Iguatemi e Eldorado para dali seguir para o estado do Paraná.
A denúncia aponta que, antes de o motorista passar por esses pontos, batedores de pista avisavam o coordenador responsável pela região sobre a presença de forças estatais de fiscalização na via.
Cargas milionárias - A Polícia Federal divulgou, durante as apurações, foram apreendidos R$ 144 milhões em contrabando, 155 veículos usados para transportar os cigarros ilegais e 75 pessoas foram presas.
A operação foi batizada de Teçá, que no idioma guarani significa “estado de atenção”, segundo a PF, por causa a rede de olheiros e batedores que as quadrilhas de cigarreiros utilizam para monitorar a polícia e fugir da fiscalização.