PRF morto a tiro escreveu mensagem em tom de despedida, avisaram amigos
Tony Moretto foi encontrado morto ontem, dois dias após invadir quarto de motel atirando contra a ex-mulher
O policial rodoviário federal Tony Emerson Moretto, de 48 anos, escreveu mensagem em tom de despedida horas depois de entrar atirando em um motel da Avenida Cônsul Assaf Trad, em Campo Grande, onde estavam a sua ex-esposa, de 32 anos, e um personal trainer, de 35. A informação chegou ao delegado Christian Mollinedo, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), que registrou a ocorrência do achado do cadáver, por amigos do PRF.
Segundo Mollinedo, o aviso sobre a declaração foi dado no sábado (27), quando Moretto ainda era procurado por ter cometido os crimes de tentativa de homicídio e feminicídio. O fato de ter se despedido corrobora com a hipótese de que o policial rodoviário atirou contra a própria cabeça.
O que ainda é mistério para a investigação é o paradeiro das armas usadas pelo policial no ataque ao casal no motel e também para tirar a própria vida. Nada foi encontrado próximo ao corpo. Policial militar que esteve no local, porém, afirmou que uma arma foi entregue à PRF (Polícia Rodoviária Federal), informação que não chegou à Polícia Civil.
O delegado plantonista informou que os procedimentos necessários foram encerrados por parte da Depac e que o inquérito do caso, tratado como “morte a esclarecer”, ficará sob a responsabilidade da 4ª DP (Delegacia de Polícia).
Tony foi encontrado morto com um tiro na cabeça, por volta das 16h deste domingo (28), em uma estrada rural de Campo Grande, próximo à MS-040, por um homem que estava colhendo guaviras na região e que acionou a Polícia Militar.
Apesar de não haver armas no local, a carteira da vítima estava no bolso da bermuda com diversos documentos, cartões de banco e R$ 119 em espécie. O policial rodoviário federal ainda usava a aliança de casamento. Tudo foi entregue para o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da PRF.
Tudo indica que Tony morreu no mesmo dia em que perseguiu a ex até o motel na Assaf Trad. “Agora, é aguardar o laudo pericial”, também comentou o delegado que fez os primeiros levantamentos.
O velório do policial, natural de Presidente Prudente, deve acontecer no interior de São Paulo, mas ainda não tem data e hora marcados.
Confusão em motel – Segundo a mulher de 32 anos, ela e o PRF estavam em processo de separação e na tarde de sexta-feira (26), Tony rastreou o carro dela e invadiu motel, armado com dois revólveres.
O policial embicou o carro, um VW Virtus branco, na rampa de saída do estabelecimento e pulou portãozinho baixo. Quando descobriu em qual quarto estava a ex e o personal, entrou atirando.
Durante a confusão, nu, o ferido a tiro conseguiu correr para a avenida, onde passava viatura da PM, que parou para socorrê-lo. Muito ensanguentado, ele conseguiu contar poucos detalhes do ocorrido e recebeu os primeiros atendimentos do Corpo de Bombeiros na grama de calçada da Assaf Trad.
Já a mulher apareceu em frente ao motel, com o rosto machucado e alguns arranhões. Ela foi encaminhada para o Proncor e o educador físico segue internado na Santa Casa de Campo Grande.