Professores decidem manter greve e cobrar reajuste na Justiça
Os professores decidiram, em assembleia geral na manhã de hoje (12), manter a greve iniciada há uma semana e ir à Justiça para cobrar o reajuste salarial de 8,46%. A paralisação começou na quinta-feira passada e conta com a adesão de 67% das escolas, segundo a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública).
Pela primeira vez, os professores mostraram-se divididos sobre a continuidade da greve. No entanto, apenas uma minoria defendeu o fim da paralisação e a publicação de uma carta aberta à população, com críticas ao prefeito Gilmar Olarte (PP) por não cumprir a lei aprovada em dezembro de 2012.
Pela lei, a prefeitura elevaria o salário inicial da categoria para uma jornada de 20 horas ao valor do piso nacional, de R$ 1.697. A última etapa previa o reajuste em outubro deste ano, mas o prefeito não concedeu porque o município não dispõe de recursos em caixa.
Além de manter a paralisação, os professores decidiram ir à Justiça para cobrar o reajuste. Ontem, eles até decidiram aceitar o reajuste parcelado, em quatro vezes, mas a Prefeitura descartou o pedido.
Na manhã de hoje, uma comissão foi ao Paço Municipal, mas não foi recebida pelo prefeito. Um assessor de Olarte informou que ele só volta a conversar com a categoria após o fim da greve.
Com a manutenção da greve, os estudantes da Rede Municipal de Ensino vão ter aulas em janeiro e férias mais curtas no início do próximo ano.
Os professores também pretendiam ir à Câmara Municipal, onde iriam realizar novo protesto. No entanto, a sessão foi suspensa em decorrência da morte do poeta Manoel de Barros.
À tarde, os docentes vão fazer panfletagem nas escolas, terminais de ônibus e na Avenida Afonso Pena. “A culpa não é do legislativo, é do prefeito que não quer cumprir a lei”, destacou o presidente da ACP, Geraldo Alves Gonçalves.
“Professor não gosta de greve, mas nosso direito não pode ser prejudicado “, afirmou o sindicalista.
Esta é a primeira greve na educação pública da Capital em 14 anos. Na última realizada no ano 2000, o então prefeito, André Puccinelli (PMDB) fechou um acordo e não prejudicou o ano letivo.