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Profissionais de saúde e pacientes vão às ruas expor luta antimanicomial

Cartazes chamam atenção para violação de direitos de pacientes psiquiátricos e falta de medicamentos nos Caps

Idaicy Solano | 18/05/2023 11:36
Profissionais de saúde e pacientes vão às ruas expor luta antimanicomial
Homem segura cartaz expondo a necessidade de os pacientes serem ouvidos e acolhidos. (Foto: Marcos Maluf)

Passeata em alusão ao mês da luta antimanicomial reuniu cuidadores, psicólogos, estudantes e pacientes na Praça da Rádio, região central de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (18,), para debater sobre os direitos das pessoas que fazem tratamento psiquiátrico. Cartazes chamam atenção para violação de direitos de pacientes psiquiátricos e falta de medicamentos nos Caps (Centros de Atendimento Psicossociais).

Com intuito de gerar impacto social e levar visibilidade aos pacientes e profissionais de saúde mental, dezenas de pessoas ocuparam o espaço público com cartazes com os dizeres "queremos ser reconhecidos socialmente", "loucura é você não entender que somos iguais" e "a luta antimanicomial acontece diariamente, quando podemos tagarelar sobre nossas doidices" foram utilizados para dar voz aos pacientes, além de denunciar a falta de remédios nos Caps.

O psicólogo Márcio Godoy, 37 anos, explica que o movimento acontece para chamar atenção da sociedade que os pacientes psiquiátricos existem e merecem ter seus direitos, enquanto cidadãos, respeitados. O profissional de saúde critica as medidas de internação e internação compulsória, que vão contra a Reforma Psiquiátrica.

A ideia é ocupar os espaços públicos. Maio é um mês emblemático, é o mês da luta, aqui a gente quer trazer à tona os princípios da reforma psiquiátrica, da luta antimanicomial. Apesar de a gente ter conseguido avançar por meio de normas e resoluções, os princípios da reforma é ameaçado a todo momento", disse o psicólogo.

Profissionais de saúde e pacientes vão às ruas expor luta antimanicomial
Piscólogo Márcio Godoy explica sobre a importância de levar a luta antimanocomial para as ruas. (Foto: Marcos Maluf)

A cuidadora em saúde mental Paula Lacerda, 31 anos, participou da passeata acompanhando os moradores da Residência Terapêutica Dom Quixote, que acolhe pacientes com esquizofrenia que sofreram quebra de vínculo familiar. Todos os pacientes fazem tratamento nos Caps. "A gente precisar entender que trancar não é curar".

Falta medicamentos - De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) todos os medicamentos que estão em falta, estão em processo de compra, sendo que alguns já foram finalizados, e a secretaria aguarda a entrega. "A aquisição dos medicamentos ocorre de maneira periódica, sendo cada processo individual. Desta forma, as entregas acontecem de maneira constante e programada", diz a secretaria.

A Sesau ainda destaca que a a falta de medicamentos é um problema nacional, devido a baixa adesão dos fornecedores aos processos de licitação, por conta do valor disponibilizado para pagamento destes medicamentos na tabela da Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que estabelece limites nos valores dos medicamentos adquiridos pelo SUS.

Resolução Antimanicomial - A Lei 10.216, de 2001, chamada "Lei Antimanicomial", prevê acabar com os hospícios no Brasil. A lei fala em tratar os pacientes em liberdade e utilizar a internação somente quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

A resolução veda a internação de pacientes em instituições de caráter asilar, ou seja, de residência, como acontece em Hospitais Psiquiátricos e nos HCTPs (Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico).

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