Projeto misterioso de rede de fibra ótica está ligado a segurança pública
Fiação está sendo instalada na Capital para a Telebras; empresa contratada não pode dar detalhes
O projeto é confidencial e da Telebras, segundo a Seteh Engenharia Ltda., empresa responsável pela instalação de uma rede de fibra ótica em Campo Grande, conforme mostrado na segunda-feira (6) pelo Campo Grande News. O restante é puro mistério: a empreiteira informou apenas que as obras estão relacionadas à segurança pública.
A presença das equipes da Seteh na Capital chamou a atenção por conta da máquina que é usada na perfuração do solo para o cabeamento “invisível”. Com um tubo metálico e um jato d’água, o equipamento vai abrindo espaço subterrâneo por uma pequena abertura, causando o mínimo de danos às calçadas e asfalto.
De acordo com informações dadas pela empresa nesta terça-feira (7), a tecnologia se chama “MND (Método Não-destrutivo) de perfuração com furo direcional”.
A instalação de 70 km de cabos – sendo 20 km subterrâneos – começou em novembro do ano passado e até o fim de março, ainda segundo a Seteh Engenharia, as seis frentes de trabalho devem terminar os serviços.
As equipes trabalharão em todas as regiões da cidade e já passaram por vias importantes como Afonso Pena, Duque de Caxias e várias localizadas no Centro.
Também por conta do sigilo contratual, a empresa não pode divulgar o valor do projeto.
A Seteh tem matriz em Goiânia (GO), mas atua em outros dez Estados. Conforme consta no site, ela tem contratos com o governo federal e empresas de telefonia.
Na Capital, a empreiteira também trabalha na ampliação a rede de fibra ótica do Programa Nacional de Banda Larga. Este contrato com a Telebras tem validade até setembro de 2018 e valor total de R$ 4,3 milhões.
Mais detalhes – Nesta segunda-feira, a reportagem conversou com um dos integrantes da equipe que trabalhava no cruzamento das ruas da Paz e Alagoas, que disse acreditar que o projeto se trata da instalação de uma central de telecomunicações. Ele disse que foram instalados cabos na Base Aérea de Campo Grande.
A reportagem tentou confirmar a informação com BACG que não é a “dona” do projeto. “Não temos nenhum projeto em vista para a instalação de uma central de telecomunicações”.
O CMO (Comando Militar do Oeste), que chefia o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, também nega ter relação com o projeto. “Procuramos informações acerca disso aqui em nossas organizações militares subordinadas e não houve contratação deste tipo de serviço pelo CMO”.