Promessa de aniversário para HU é “upgrade” na radioterapia
Mais de uma década após operação que desvendou "Máfia do Câncer"
Com histórico problemático e mais de uma década de promessas de recuperação, o setor de Oncologia do Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, terá finalmente o "upgrade" na estrutura da Radioterapia, com investimento de R$ 5,8 milhões.
A atualização faz parte do pacote de obras anunciado no aniversário de 49 anos da unidade hospitalar, celebrado nesta segunda-feira (1º), com a presença do ex-ministro da Saúde e atual presidente da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), Arthur Chioro.
O passado do hospital com o tratamento do câncer é obscuro.
Em 2012, o médico Adalberto Abrão Siufi, que na época era diretor-geral do HCAA (Hospital do Câncer Alfredo Abraão) e diretor do setor de oncologia do HU, passou a ser investigado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por supostamente fazer manobra para manter com clínica privada de Campo Grande o tratamento de pacientes que precisavam de radioterapia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e lucrar com os atendimento. Durante a gestão dele, foram recusados recursos do Governo Federal para reativar o setor.
No ano de 2013, a Polícia Federal desencadeou a Operação Sangue Frio, que trouxe à tona o esquema comandada por grupo que ficou conhecido como a "Máfia do Câncer.
Só dez anos depois desde o "desmonte", em 2021, é que foi inaugurado o prometido bunker de radioterapia do hospital, com um acelerador linear para tratamento de câncer. A construção do espaço possibilitou o retorno do tratamento no Humap.
A demora na recuperação do setor é reflexo das condições de todos os hospitais universitários, segundo Arthur Chioro. “É uma realidade da maior parte dos hospitais universitários brasileiros, particularmente aqueles mais tradicionais como é o caso aqui da nossa, que tem um histórico de quase 50 anos. Ficaram muito tempo sem planejamento estratégico de investimento. Agora recebem imprescindíveis para recuperação da estrutura física, na qualidade e segurança dos pacientes, para proporcionar melhores condições de ensino e pesquisas acadêmicas”, destacou.
Dos 42 hospitais administrados pela Ebserh, apenas 21 fazem parte da rede de tratamento ao câncer do SUS, entre eles, mesmo com todos os problemas já enfrentados, o de Campo Grande consegue acolher pacientes. “Uma das demandas que temos como prioridade é que nós ampliemos nossa atuação. Nosso desafio é começar desde já garantir o direito de o cidadão de ter o diagnóstico, o tratamento, a cirurgia, quimioterapia, radioterapia e todo o conjunto de cuidados relacionados à doença”, concluiu o diretor.
Foram oficializados hoje R$ 4,5 milhões para atualizar o parque tecnológico, aumentando a gama de tratamentos e a capacidade de atendimento, e R$ 1,3 milhão para obras que atenderem normas de segurança e acessibilidade do setor, para dar assistência aos 50 pacientes atendidos.
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