Protesto contra a crise fecha 90% das prefeituras de MS, segundo Assomasul
Cerca de 90% das prefeituras de Mato Grosso do Sul fecharam as portas nesta segunda-feira (11), em protesto contra a crise econômica. A informação é do presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Juvenal Neto (PSDB).
Prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores, estão reunidos na entidade, na Capital, discutindo a questão do pacto federativo e a dívida do governo federal com as prefeituras. Segundo Juvenal Neto, que é prefeito de Nova Alvorada do Sul, tem R$ 3 milhões em dívidas a receber da União, referentes aos anos de 2013 e 2014. Por isso, ele foi obrigado a paralisar quatro obras na cidade.
O prefeito também ressaltou que o governo federal repassa R$ 0,30 por aluno referente a valores diários da merenda escolar, quando a prefeitura gasta R$ 3,00 por dia no setor.
Para o prefeito de Amambai, Sérgio Barbosa(PMDB), o cenário é mais caótico, já que os gestores não vislumbram uma solução rápida para a falta de recursos dos municípios. "Eu so não estou com salários atrasados porque fiz ajustes desde o final de 2014. Com isso consegui evitar cortes e salários atrasados. O que é mais complicado é que não temos perspectiva de melhorias", destaca.
Presente no evento, o senador Waldemir Moka (PMDB) disse que o Congresso deve colocar em pauta, o mais rápido possível, a votação sobre o novo pacto federativo. "Sabemos que a situação dos prefeitos é crítica e estamos trabalhando para melhorar os repasses", diz.
Os prefeitos lembraram que cerca de 70% da tributação dos municípios fica com a União. "É muito difícil termos esse retorno através do FPM (Fundo de Participação dos Municípios)", afirma Juvenal Neto.
De acordo com a Assomasul, diversas cidades do interior tomaram medidas semelhantes às adotadas em Campo Grande, decretando cortes de gastos e até determinaram férias coletivas. As prefeituras de Coronel Sapucaia e Caarapó, municípios a 377 e 264 quilômetros da Capital, respectivamente, decretaram férias coletivas aos servidores municipais por conta da crise financeira, em julho.