Rede está sem remédio psiquiátrico que pode provocar crise de abstinência
Clonazepam, conhecido popularmente como Rivotril, pode ser receitado a pacientes com ansiedade intensa e convulsões
Está em falta na rede pública de saúde de Campo Grande o Clonazepam, o Rivotril, como é popularmente conhecido um dos remédios utilizados para tratamento psiquiátrico. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou a falta e disse que o processo de compra ainda vai levar pelo menos 30 dias para ser concluído.
O remédio é um dos medicamentos utilizados em tratamento de pacientes que têm intensa ansiedade, transtorno de humor e convulsões, conforme o psiquiatra Marcos Estevão Moura. Quando está disponível, o medicamento é oferecido gratuitamente em toda rede pública de saúde, conforme prescrição médica.
A secretaria de Saúde não informou quantos medicamentos serão adquiridos no atual processo de compra e que o estoque já estava baixo desde o fim de julho, sendo zerado há 20 dias. A reportagem ligou para uma Unidade Básica de Saúde de Campo Grande, que afirmou que o medicamento está em falta há um mês.
De acordo com o psiquiatra, para o paciente que faz tratamento com o medicamento, a falta dele pode agravar seu quadro e ainda gerar novos transtornos. Além disso, o profissional expõe o que chamou de descaso com saúde mental.
"Tem outros medicamentos que poderiam ser substituídos parcialmente pelo Clonazepam. O problema é a gravidade e descaso com a saúde mental. A falta dele pode trazer sérios problemas, como gerar síndrome de abstinência e convulsões até em pacientes que não têm este quadro".
O remédio custa em média, conforme contato da reportagem com uma farmácia, R$ 20. "Não chega a ser caro, mas para pacientes que ás vezes não têm para o passe de ônibus, sim". Se não houver nenhum impedimento na licitação, a previsão é que as unidades sejam abastecidas com o Clonazepan no próximo mês, afirmou a secretaria de Saúde por meio de nota.