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Capital

Reforma em centro cirúrgico causa desencontro e superlota hospitais

Pacientes que procuraram atendimento na maternidade estavam sendo orientadas a procurar outras unidades hospitalares.

Anahi Gurgel | 09/04/2017 12:24
Fachada da maternidade Cândido Mariano. (Foto: Marcos Ermínio)
Fachada da maternidade Cândido Mariano. (Foto: Marcos Ermínio)

A noite deste sábado (08) foi de tensão para gestantes que procuraram atendimento na Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande. Sem saber da reforma em salas no centro cirúrgico, que acontece neste fim de semana, elas foram informadas por funcionários de que o setor estava interditado e que deveriam procurar outras unidades hospitalares para o parto.

A intercorrência chegou ao conhecimento da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) por meio de denúncias. Imediatamente uma equipe da Central de Regulação de Vagas, formada por um médico, um enfermeiro e um administrativo, foi enviada para verificar in loco a situação, por volta das 22h30.

“Quando há situação que extrapola os limites mandamos uma equipe, que constatou que quatro salas realmente estavam fechadas para a reforma e que os pacientes não estavam sendo atendidos. Tivemos muitas reclamações. Não se pode mandar paciente embora”, conta Yama Higa, coordenador de urgência e emergência da Sesau.

A unidade possui total de 6 salas no centro cirúrgico. “Antes das reformas, todas as instituições devem comunicar com antecedência a Central de Regulação de Vagas para que haja planejamento e as internações ocorram de maneira mais ordenada, sem prejudicar a população”, esclarece.

Segundo Yama, a prefeitura foi comunicada na sexta-feira (07) de que havia um problema hidráulico na ala, mas a informação de que o centro cirúrgico seria fechado para reforma neste fim de semana, foi dada somente ontem, no dia em que os serviços começaram.

Depois da intervenção da Sesau, o atendimento foi normalizado. A instituição solicitou apoio do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), para que o fluxo de pacientes fosse desviado, na medida do possível, para outras unidades hospitalares.

Como era esperado, a medida intensificou a superlotação na Santa Casa de Campo Grande, Hospital Regional e Hospital Universitário. Este último informou na quinta-feira (6) que não havia compressas no centro cirúrgico e no PAM (Pronto Atendimento Médico) e por isso, até segunda-feira (10), não poderia realizar cirurgias e receber novos pacientes.

Não foram registrados problemas nas unidades 24 horas e não há informações de pacientes que precisem ser transferidos para UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo).

Comunicado sobre a reforma no centro cirúrgico da Maternidade Cândido Mariano, com data de 08 de abril. (Foto: Divulgação)
Comunicado sobre a reforma no centro cirúrgico da Maternidade Cândido Mariano, com data de 08 de abril. (Foto: Divulgação)

Regulação de vagas - Ao Campo Grande News, o secretário municipal da Saúde, Marcelo Vilela, disse que houve atitude intempeativa por parte da diretoria-técnica da maternidade para fazer a reforma neste fim de semana e, principalmente, de não avisar com mais antecedência que ocorreria limitação no atendimento.

“Deve ser feito com muito planejamento para evitar desencontro de informações e situações como essa. Foi a noite inteira eu recebendo ligação comunicando o caos por causa da superlotação nos hospitais”, afirma. 

Ele reforça que muitos pacientes procurar atendimento direto na rede hospitalar, o que gera transtorno. 

“Primeiramente a população deve procurar unidades de saúde e depois serem encaminhados para hospitais. Mas eles vão direto, o que causa a superlotação. Fica tudo desorganizado. Paciente tem que ter consciência de que a Central de Regulação de Vagas proporciona mais segurança para ele, pois a Sesau ajuda o hospital operacionalmente", pontua.

Outro lado – O diretor-presidente presidente da Maternidade Cândido Mariano, Issam Moussa, disse que soube da reforma no centro cirúrgico na quarta-feira passada (05).

“Avisamos todos os órgãos competentes, como Samu, Corpo de Bombeiros, Central de Regulação. Fechamos o setor para fazer reparos no vestuário feminino e corrigir um vazamento, e foi preciso quebrar o piso", disse.

"Mas continuamos atendendo os casos de extrema urgência. A sala de parto não foi fechada. Até foi realizado um parto normal ontem, não sei o horário”, afirmou.

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