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Capital

Remédio para controlar Parkinson está em falta na rede pública de Campo Grande

Sem medicamento, pacientes sofrem com sintomas e ficam com rotina limitada

Por Cassia Modena | 07/11/2023 07:00
Tatiana toma dose menor do que o receitado para "economizar" o que restou (Foto: acervo pessoal)
Tatiana toma dose menor do que o receitado para "economizar" o que restou (Foto: acervo pessoal)

Há dois meses, Tatiana Martins, 45, não consegue retirar o medicamento Prolopa na única unidade onde ele é disponibilizado em Campo Grande, o Centro de Especialidades Médicas. A falta do item essencial para controlar os temores causados pela doença de Parkinson revolta, assim como não conseguir informações sobre o motivo do desabastecimento e a previsão para reposição.

Tem um mês que Renata Domingues tenta pegar o mesmo remédio para a mãe, de 73 anos de idade, no mesmo local. "Só dizem que não tem. Tentei ver no postinho se aparece no sistema e também falam que não tem. Não falam se está em falta no mercado nem quando a gente vai poder voltar para retirar", reclama.

Nas farmácias, o Prolopa está disponível. A depender da quantidade de comprimidos, pode custar até R$ 100 o frasco. Para a mãe de Tatiana, um deles dura só uma semana. "São R$ 300 a mais no orçamento. Isso porque a gente já compra outros remédios. Fica muito pesado", diz.

Já Tatiana afirma que é possível economizar comprando nas unidades que aderiram ao Farmácia Popular, programa do Governo Federal que dá desconto em medicamentos. A caixa que ela precisa custa R$ 16 e dá para uma semana.

No entanto, para ter acesso descomplicado ao desconto, Tatiana precisaria ter 50 anos de idade. Embora aposentada em razão da doença, ela só consegue comprovar que é beneficiária se apresentar receita médica com data recente impressa. "Estou tentando um encaixe com a médica só para conseguir. Enquanto isso, estou tomando dose menor do que a receitada para 'economizar' os comprimidos que ainda tenho", relata.

Se ficar sem - Sem o medicamento, a mãe de Renata fica com os músculos rígidos e fica com a rotina muito limitada. "Não consegue pegar um tempero para cozinhar", conta.

Já Renata fica com tremores mais intensos. "Sou totalmente dependente para conseguir levar minha vida, fazer minhas coisas", diz.

A doença de Parkinson é uma doença degenerativa que não tem cura. Além de rigidez e tremores, são sintomas dela lentidão de movimentos, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita.

O que diz a Sesau - Responsável pela compra e abastecimento de medicamentos, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande encaminhou nota nesta segunda-feira (6) à reportagem, justificando a falta do Prolopa:

"O município está com processo de aquisição deste medicamento em aberto e aguarda que, em breve, todo o estoque seja regularizado. O medicamento em questão está disponível com copagamento nas farmácias que fazem parte do programa Farmácia Popular, não sendo estabelecido um regramento quanto à idade para a retirada deste."

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