Requisitado nos bairros, semáforo nunca foi ativado e atiça polêmica
Requisitado na periferia de Campo Grande para controlar o tráfego de veículos e pedestres em avenidas movimentadas, o semáforo causa controvérsias e divide a opinião de moradores e frequentadores da Via Parque, região da Mata do Jacinto em Campo Grande.
Instalados há pelo menos quatro anos no entroncamento da Avenida Nelly Martins (Via Parque) com a Rua Rio Negro, segundo trabalhadores e moradores, os semáforos localizados em frente ao Parque Sóter nunca funcionaram. Quem passa pelas via já se acostumou com a cena.
“Aqui é desorganizado. Ninguém respeita. O táxi vem e dá o balão da forma errada, vem outro carro e passa direto. As pessoas já se acostumaram e sabem que está desligado, por isso fazem o que querem”, opina a recepcionista Camyla Kovalsk, 24 anos. Ela acredita que a ligação do semáforo no local não mudaria a conduta dos motoristas, que estão acostumados com atitudes erradas.
Já o aposentado Anatálio Ribeiro, 62, que costuma andar de bicicleta, duas vezes por dia, pelo local, acredita que se o sinaleiro fosse ligado, as pessoas com mobilidade reduzida poderiam ter mais segurança no trânsito. “Tem muita gente idosa que caminha por aqui. O velhinho, na hora de atravessar, para, olha e fica perdido. Se a pessoa fica desatenta, o carro passa de uma vez e já era”, define.
Anatálio pede para que o dispositivo seja ligado. Ele define o local como perigoso, já que o fluxo de veículos é intenso, principalmente em horários de pico, no início da manhã e final da tarde. “Segurança nunca é demais”, lembra. Quem partilha da mesma opinião é o porteiro Jeder Roberto da Silva, 33, que diz que “para o pedestre, é mais seguro que tenha o sinal porque facilita a travessia”.
A auxiliar de serviços gerais Geneci Gonçalves de Oliveira, 41, pensa que o sinaleiro poderia evitar acidentes, principalmente nos horários mais movimentados do dia. “Aqui é uma via muito perigosa e serve de caminho para quem vai ao Centro da Cidade. Então, se ligassem o semáforo, evitaria ações erradas no trânsito”, acredita.
Partindo para uma opinião oposta, a estudante de direito Carolina Lopes, 22, acredita que um semáforo no local é “desnecessário”. Ela mora na região do Parque do Sóter há dois anos e se pergunta “por que não colocam em outro lugar?”, já que considera o lugar como de baixo fluxo.
Quem costuma andar pela cidade percebe a existência de novos semáforos instalados em ruas e avenidas como a Manoel da Costa Lima, Júlio de Castillho e Euler de Azevedo, por exemplo. Alguns já estão em funcionamento e outros não possuem previsão para serem ligados.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande e a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para poder conseguir informações acerca do cronograma de instalações, além de saber o tempo exato de funcionamento do semáforo da Via Parque com a Rua Rio Negro.
A diretora-presidente da agência, Kátia Castilho, não atendeu as ligações, porque estava em reunião e não retornou. Já a assessoria de imprensa informou que a prefeitura vai providenciar a aquisição da máquina do controlador, que faz o dispositivo funcionar, e que o semáforo será instalado.
Apesar de um prazo específico para conclusão da instalação não ter sido informado, a assessoria acredita que até o final do mês de outubro o sinaleiro esteja em funcionamento.