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Capital

"Sangue diferente não anula 5 anos juntas", diz mulher que conviver com "neta"

DNA já comprovou que as 2 não são avó e neta, mas apego por menina resultou em briga de versões na Defensoria

Por Kamila Alcântara | 12/08/2024 16:18
Cláudia guarda todos os registros de conversas, fotos e até roupas da criança (Foto: Osmar Veiga)
Cláudia guarda todos os registros de conversas, fotos e até roupas da criança (Foto: Osmar Veiga)

Após a mãe contar ao Campo Grande News que enfrenta uma batalha na Justiça contra homem que nem é pai biológico da filha, hoje com 5 anos, mulher que se considera avó da criança também quis compartilhar a versão da história. Assim como Júlia é um nome fictício para falar da mãe, a nova personagem desse caso será chamada de Cláudia.

Segundo a auxiliar de cozinha, de 49 anos, ela quer o direito a ver a menina, o que lhe é negado pela mãe. Por isso, entrou como parte interessada no processo de reconhecimento de paternidade afetiva, do filho dela com a criança, para "poder ver ao menos aos fins de semana".

Ela di zque conheceu Júlia quando a menina tinha pouco meses de vida. "Meu filho tinha 17 anos quando ela apareceu dizendo que a bebê era filha dele. Imediatamente eu pedi o exame de DNA, mas até o resultado sair as duas moraram na minha casa. Todos criamos afeto por ela, virou minha neta".

O resultado negativo veio meses depois e, mesmo assim, a menina tinha o espaço próprio naquela casa e festas de aniversários temáticas. Esse relacionamento, segundo Cláudia, durou de 2018 a 2021, quando Júlia reatou com o atual marido.

"Meu filho não pode ter o nome reconhecido na Certidão de Nascimento dela, como pai afetivo, mas o atual marido dela pode. Isso não é justo! O sangue que corre nas veias é diferente, mas não anula os quase 5 anos de convivência".

Entre os documentos que ela guarda estão as cadernetas de vacinação da menina (Foto: Osmar Veiga)
Entre os documentos que ela guarda estão as cadernetas de vacinação da menina (Foto: Osmar Veiga)

Sobre o filho estar preso, Cláudia alega que está pagando pelo que cometeu e logo estará livre. "Ele teve o problema dele na Justiça e está pagando, quieto lá, até setembro do ano que vem, aí volta para casa", termina.

Entenda - No último dia 9, Júlia foi entrevistada e disse à reportagem que Cláudia pediu a guarda da menina alegando ser avó paterna, apesar de exame de DNA dar resultado negativo. No processo, a mulher alegou que o filho, que seria o suposto pai da menina, tem vínculo sanguíneo e afetivo com a criança. O rapaz, de 23 anos, está preso há cerca de três anos na Penitenciária Masculina de Segurança Máxima de Campo Grande.

“Como uma pessoa do presídio quer a guarda? A paternidade de uma criança que não é sua filha? Vai levar para onde essa criança? Se fosse a filha dele, ele ia levar para dentro da cadeia ou para a mãe?”, indaga.

A situação é descrita como “perseguição” por Júlia que passou a ter receio de sair com a própria filha.  Além da mudança na rotina, Júlia diz que não conseguiu mais trabalhar como manicure pelas idas e vindas no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e Defensoria Pública. Nesse processo, o cotidiano da criança também foi alterado, pois a mesma precisou passar pela psicóloga e ser ouvida pela juíza.

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