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Capital

Santa Casa atrasa salários e médicos ameaçam fazer greve

Os atendimentos ambulatoriais, assim como as cirurgias eletivas, podem ser reduzidos em 70%; já os atendimentos de urgência e emergência podem sofrer redução de 30%

Liniker Ribeiro | 13/12/2018 18:23
Fachada da Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Fachada da Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Médicos da Santa Casa de Campo Grande, o maior hospital de Mato Grosso do Sul, reclamam da falta de pagamento salarial por parte da instituição. Segundo eles, médicos celetistas, autônomos e pessoas jurídicas que prestam serviço ao hospital, estão com o pagamento atrasado, alguns deles há cerca de cinco meses.

Devido à situação, os profissionais ameaçam entrar em greve na próxima semana, até que o pagamento seja normalizado para todos. A decisão foi tomada durante assembleia na noite de ontem (12), que contou com representantes da Amesc CG (Associação dos Médicos da Santa Casa de Campo Grande) e do Sinmed MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul).

Pelo acordo, a escala de trabalho será reduzida a partir das 7h de segunda-feira, caso os médicos não recebam. Os atendimentos ambulatoriais, assim como as cirurgias eletivas, podem ser reduzidos em 70%. Já os atendimentos de urgência e emergência podem sofrer redução de 30%.

Ainda segundo os médicos da unidade, algumas pessoas tiveram os salários parcelados, mas não receberam valores integrais. Eles afirmam ainda que chegaram a procurar uma solução com a direção do hospital, mas não foram atendidos.

“A situação fugiu do controle porque, além de não ser pago, o médico não sabe o valor real que tem a receber”, afirma o presidente da Amesc, Alex Cunha Alonso, se referindo ao fato do hospital também não permitir o acesso dos profissionais ao sistema que controla o faturamento da produção.

Questionada, a Santa Casa negou o longo período de atraso para pagamento dos salários. Por meio da assessoria de imprensa, o hospital revelou que parte dos médicos da unidade está sem receber há apenas 7 dias.

O problema seria motivado por um outro atraso: o repasse de R$ 14 milhões por parte da prefeitura da Capital. Ainda de acordo com a unidade de saúde, apenas alguns médicos ainda não receberam. O maior atraso no pagamento seria para pessoas jurídicas que prestam serviço ao hospital. Estes estariam há dois meses sem pagamento, pelo mesmo motivo. A previsão é receber o passe do executivo municipal até segunda-feira. 

A reportagem entrou em contato com a prefeitura da Capital e, por meio da assessoria de imprensa, o executivo municipal confirmou o atraso no repasse. No entanto, um montante de R$ 2,5 milhões já chegou a ser repassado.  

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