Santa Casa e HR já sentem reflexos de fechamento do pronto-socorro do HU
Administrações dos hospitais admitem aumento da demanda, mas garantem que por enquanto dão conta do atendimento
Os reflexos do fechamento do PAM (Pronto Atendimento Médico) do Hospital Universitário de Campo Grande já foram sentidos na Santa Casa e no Hospital Regional. Embora os dois hospitais estejam dando conta da demanda, a situação é vista com preocupação.
A direção do HR estimou que o aumento no número de pacientes recebidos pelo pronto-socorro era de em média 30%. Na manhã desta segunda-feira (13), havia 111 pessoas sendo atendidas no pronto-socorro que tem 77 leitos. “Todos os pacientes estão recebendo atendimento médico”, garantiu a assessoria de imprensa do hospital por meio de nota.
A Santa Casa também divulgou balanço do número de atendimentos. Nos dois fins de semanas anteriores ao fechamento do PAM do HU, o hospital recebeu em média 780 novos pacientes pelo pronto-socorro.
No fim de semana passado, 11 e 12 de março, foram 862 pessoas atendidas – aumento de 10,5%. “O hospital afirma que o impacto foi pequeno porque na sexta-feira o HU ainda estava com o PAM funcionado e no sábado e domingo que impactou mais”, informou a assessoria de comunicação em nota.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) confirma que mais pacientes foram enviados aos outros dois hospitais, mas informa que não pode atribuir o aumento da demanda ao fechamento do PAM do HU ainda.
“O aumento não pode ser atribuído ao fechamento do pronto-socorro do Hospital Universitário, mas sim de pico variável de determinadas clínicas como, por exemplo, traumas”, informou a secretaria.
Fechado – Há dez anos sem conseguir um aumento no repasse de verbas do SUS (Sistema Único de Saúde) por meio o Fundo Municipal de Saúde, gerido pela Prefeitura de Campo Grande, e com o PAM (Pronto Atendimento Médico) fechado por não ter condições de receber novos pacientes desde sexta-feira (10), segundo a administração do hospital, o HU informou hoje (13) que pagou alguns fornecedores, mas continuará sem receber novas demandas.
A unidade sofre com a falta de insumos, medicamentos e materiais básicos e alega que, enquanto não realizar um convênio para aumento do repasse do município, permanecerá fechado.
A unidade reforça que opera com deficit mensal de R$ 2,9 milhões e que não tem aumento de repasse desde 2007. Atualmente, o HU recebe do município R$ 1,8 milhão, mas são pleiteia R$ 4,7 milhões por mês.