Sem acordo com empresas operação tapa buraco não tem data para iniciar
A tão esperada operação tapa buraco, que era para iniciar ontem e ficou para hoje, talvez nem comece nesta semana. As empresas estariam se recusando a prestar os serviços por conta da dívida do município que beira os R$ 60 milhões e a prefeitura não teria previsão para o pagamento.
O receio de não receber pelos serviços seria outro motivo para os empresários se recusarem a iniciar a operação nas ruas da Capital. O assunto é tão sério que o prefeito Alcides Bernal (PP) não programou qualquer agenda para hoje até que resolva a questão.
Na sessão de ontem na Câmara Municipal, o vereador Derly dos Reis de Oliveira, o Cazuza (PP), possível líder do prefeito na Casa, chegou a anunciar que a operação tapa buraco iniciaria nessa quinta-feira, a partir das 14 horas. A informação foi acompanhada de alguns elogios dos vereadores, que têm cobrado insistentemente uma ação da prefeitura para reduzir os transtornos nas ruas da cidade, que chegam a ficar “intransitáveis”, como disse o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), sobre algumas vias do bairro Nova Lima.
Ainda ontem, Bernal revelou que tem um orçamento curto, apenas R$ 1,5 milhão, metade do que se gastava por mês (R$ 3 milhões) até o início do ano com o serviço. “A ação é emergencial e cobrirá as vias de maior movimento. Não há recursos para recuperar todo a malha viária que precisa de reparo”, observou ele.
Entre os trechos prioritárias do tapa-buraco, estariam as avenidas Bandeirantes, Cônsul Assaf Trad, Manoel da Costa Lima, Ernesto Geisel. As ruas Dom Aquino, Marechal Cândido Mariano, Antonio Maria Coelho, além de outras vias de trânsito intenso. O cronograma oficial do serviço ainda não foi divulgado.
Bernal destacou que vai recorrer aos serviços das empresas com contratos já firmados com o município, com a Anfer Empreiteira de Pavimentação; Equipe Engenharia e Diferencial Engenharia. Mesmo limitada, a estrutura própria da prefeitura, de pessoal e equipamentos, também será utilizada, conforme o prefeito.
O Campo Grande News tentou falar com as empresas, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno da direção da Anfer. Os diretores da Equipe estariam em viagem fora da Capital.
O gerente de obras da Diferencial Engenharia, Nicola Kames, disse que a empresa não foi procurada pela prefeitura para voltar com o tapa buraco. "Estamos aguardando o recebimento dos valores atrasados", comentou, acrescentando que é difícil voltar a prestar serviços sem receber os valores que a empresa tem direito. Sem revelar o valor da dívida do município, o gerente disse que antes de Bernal, a empresa não recebia há mais de 90 dias. Com o pedido de moratória de mais 90 dias feita pelo prefeito, serão mais de seis meses sem recebimento.