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Capital

Sem acordo, negociação salarial de funcionários do HU será levada a tribunal

Após categoria recusar proposta, Ebserh ingressou com um pedido de mediação perante o TST

Por Mylena Fraiha | 02/05/2024 18:01
Faixa de greve é colocada na entrada do Hospital Universitário, na Capital (Foto: Marcos Maluf)
Faixa de greve é colocada na entrada do Hospital Universitário, na Capital (Foto: Marcos Maluf)

Sem chegar a um acordo imediato, a negociação salarial entre os servidores administrativos e profissionais da área técnica do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) e a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) será levada ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Na manhã desta quinta-feira (2), os funcionários do Humap iniciaram uma greve para pressionar a Ebserh a melhorar a proposta salarial. Entretanto, o diálogo já vinha sendo articulado desde a última terça-feira (30).

Em nota enviada ao Campo Grande News, a Ebserh informa que, durante a última rodada na MNNP (Mesa Nacional de Negociação Permanente), ocorrida em 30 de abril, os representantes dos empregados rejeitaram as cláusulas sociais e econômicas propostas pela empresa e mantiveram o indicativo de greve.

Diante desse cenário, a Ebserh solicitou mediação e conciliação pré-processual perante o TST, requerendo que seja designada uma audiência com brevidade para dar continuidade à negociação entre a empresa e as entidades representativas dos trabalhadores.

Servidores montaram tenda no pátio e cobram avanço em negociação salarial com governo federal (Fotos: Marcos Maluf)
Servidores montaram tenda no pátio e cobram avanço em negociação salarial com governo federal (Fotos: Marcos Maluf)

A direção do Humap também assegura que seu atendimento permanece normalizado e que a superintendência, juntamente com as gerências, mantém diálogos com representantes do movimento grevista para evitar desassistência no hospital.

Conforme divulgado anteriormente, um grupo de cerca de 40 pessoas começou a mobilização em uma tenda montada no pátio do hospital, logo após a guarita de acesso. O grupo também estabeleceu uma escala de greve para manter alguns servidores no movimento e outros em serviço no hospital.

Para aumentar a visibilidade, eles planejam transferir a tenda do pátio para a calçada em frente ao HU. Esta manhã, a movimentação de pacientes e familiares ocorria normalmente em meio à mobilização dos funcionários do hospital.

Reivindicações da categoria - Os servidores administrativos e profissionais da área técnica do Humap demandam a melhoria da proposta de negociação apresentada pela Ebserh, que ficou em 2,15%, abaixo da inflação, que está em torno de 4% nos últimos 12 meses.

Além do aumento salarial, a categoria busca o aumento do tíquete alimentação, que subiria de R$ 14 para R$ 15 por dia. A Ebserh é a empresa federal que administra um grupo de 42 hospitais universitários, incluindo o ligado à UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que também aderiu ao movimento.

“Serão mantidos 50% da área administrativa e 50% das áreas de enfermaria, onde os pacientes não correm risco de vida diretamente. Nos setores com risco de vida, como CTI, UTI e obstetrícia, o percentual de funcionamento será de 70%”, explica Wesley Cassio Goully, presidente do Sindserh-MS (Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Públicas de Serviços Hospitalares no Mato Grosso do Sul), sobre a paralisação, respeitando os limites de impacto nos serviços.

Goully ressalta que o grupo poderá adotar outras medidas caso não haja avanço nas tratativas sobre as reivindicações. “Caso o governo não tome medidas para valorizar os trabalhadores da saúde, planejamos discutir com a administração local o fechamento de alguns leitos não prioritários e a paralisação de cirurgias não eletivas, mas isso só ocorrerá se não houver uma resposta do governo”, explicou.

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