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Capital

Sem alimentação e fraldas, mulher aguarda ser transferida para hospital

Sem vaga, a paciente espera pela transferência há dez dias

Por Geniffer Valeriano | 28/11/2023 09:19
Ivanilda Vieira Leite Arruda está internada na UPA Coronel Antonino (Foto: Direto das Ruas)
Ivanilda Vieira Leite Arruda está internada na UPA Coronel Antonino (Foto: Direto das Ruas)

Há dez dias, Ivanilda Vieira Leite Arruda, de 47 anos, aguarda por uma vaga para ser transferida para um hospital. O esposo da paciente relata que durante o tempo de espera não estão sendo fornecidos pela unidade de saúde fraldas e nem mesmo alimentação para sua esposa.

Márcio Galvez, de 48 anos, conta que sua esposa foi internada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino após ter quadros de dores de estômago e vômitos. Sem ter recebido um diagnóstico, o pedreiro diz que os médicos suspeitam que seja uma pedra na vesícula ou alguma bactéria.

Sem ter outra pessoa para fazer companhia para Ivanilda, Márcio ficou deixou de trabalhar para cuidar da esposa. Nesse tempo de espera, o pedreiro relata que ele e a esposa não têm recebido alimentação, ao questionar o motivo foi respondido a ele que marmitas são fornecidas apenas para pacientes que moram fora da cidade.

“Eles não querem dar comida pra nós, meu dinheiro acabou e está difícil. Nem pra paciente estão dando comida e eu não tenho como ir em casa e deixar ela aqui. A gente teve que comprar fralda também, é um pacote por dia que ela usa e eles não dão”, conta.

A demora para a transferência de Ivanilda foi justificada pelos profissionais da unidade de saúde, por falta de vaga nos hospitais para receber a mulher. Nesta segunda-feira (27), Márcio procurou a Defensoria Pública para tentar acelerar essa busca.

“O nível dela é nível dois, ela já corre risco. Eu já procurei todos aqui e eles dizem que não estão achando vaga, mas aqui toda hora sai um. Tem gente que entra andando e sai andando, mas ela não anda mais, ela já está fraca”, relatou.

O Campo Grande News procurou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que informou que Ivanilda esta em processo de regulação aguardando disponibilidade de vaga para ser transferida, desde o dia 24 de novembro.

"Ela encontra-se com quadro estável, assim como informado através da última classificação de risco dela, onde apresenta-se a prioridade 2. Neste momento ela está sendo medicada e recebendo toda a assistência possível na unidade de urgência. Diariamente, mais de 120 pacientes são regulados para os hospitais do município, sendo que o tempo de espera varia de acordo com a gravidade do quadro do paciente e a oferta de vaga por parte dos hospitais", diz trecho da nota.

Ainda foi dito que as famílias são orientadas sobre a oferta de fraldas e alimentação. A nota também destaca que a UPA não possui estrutura hospitalar para fornecer esses insumos, por ser um ponto de estabilização do paciente para que este consiga ser transferido para tratamento.

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