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Capital

Sem faca e arma do crime, pintor se apresenta e alega legítima defesa

Homem fugiu levando faca da vítima e arma de fogo usada no crime, mas não as apresentou na delegacia

Dayene Paz | 04/02/2022 12:53
Sem faca e arma do crime, pintor se apresenta e alega legítima defesa
Homem foi encontrado em terreno baldio. (Foto: Henrique Kawaminami)

O pintor Victor Amaro dos Santos, de 38 anos, se apresentou nesta quinta-feira (03), na 6ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, três dias depois de matar Cosmo Pereira Garcia, de 45 anos, com tiro no pescoço, no Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande. Na data do crime, fugiu levando a faca da vítima e a arma de fogo, mas não as apresentou na delegacia.

Acompanhado de dois advogados, para o delegado João Reis Belo, o pintor contou que agiu em legítima defesa, pois estava recebendo ameaças há algum tempo. "Começou com Cosmo manifestando o desejo de furtar uma residência abandonada, mas essa casa estava sendo cuidada pelo pintor", afirma o delegado. Cosmo pedia para que Victor ficasse quieto para que ele pudesse furtar a casa, no entanto, foi repreendido.

Cosmo também foi acusado de furtar veículo de um vizinho, que foi recuperado depois. Diante de tantos problemas causados na vizinhança, na madrugada, um dia antes do crime, Cosmo ainda furtou uma residência na região. A Polícia Militar foi acionada e, por isso, as ameaças se intensificaram.

"Falava [Cosmo] que sabia quem tinha chamado a polícia para ele e passou o dia com uma foice na mão, afirmando que arrancaria a cabeça do autor", revela Reis Belo.

Diante das ameaças, Victor passou a andar armado. Quando chegava em casa, no dia 31 de janeiro, foi atacado por Cosmo com um facão, então, efetuou os disparos. Depois, fugiu na moto, levando o facão e a arma utilizada no crime. No entanto, na delegacia, não apresentou nenhuma das armas.

O facão teria sido dispensado em matagal e arma levada por homens que estavam o seguindo, afirmou para a polícia. "Disse que estava de moto em uma área sendo seguido por pessoas em um carro, então, passou em um buraco e a arma caiu. Disse que ficou com medo de voltar e ser atacado pelos homens que o seguiam. Depois, esses mesmos homens pegaram a arma do chão e fugiram".

Essa alegação, segundo Reis Belo, fragiliza a tese de legítima defesa. "As ameaças foram confirmadas, não resta dúvida sobre isso. No entanto, não me apresentou a faca que levou da vítima e nem a arma calibre 38, difícil acreditar nessa história", pontuou o delegado. Victor foi ouvido, indiciado por homicídio e liberado. O delegado afirmou que e as diligências continuam.

No dia do crime, a polícia informou que Victor seria militar do Exército. No entanto, o autor do crime não pertence a instituição e atua como pintor.

O crime - Cosmo Garcia é natural de Sidrolândia e estava morando há poucos meses na Capital, onde foi acolhido por um conhecido, morador da Rua Luiz Filinto da Silva, no Bairro Portal Caiobá. Na mesma rua, Cosmo morava e trabalhava, mas estaria causando problemas para a vizinhança.

O conhecido que abrigava Cosmo afirmou que presenciou o momento do crime. Ele relatou que viu o colega aparentemente transtornado e o momento em que atacou Victor, que chegava em casa de moto. Cosmo estava com um facão na mão e teria "partido para cima" do pintor, que efetuou três disparos.

A vítima caiu em frente a um terreno baldio, com um ferimento no pescoço. O Corpo de Bombeiros constatou o óbito e preliminarmente não encontrou outras lesões na vítima. Foi encontrado um projétil no local.

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