Sem reajuste salarial, funcionários encerram paralisação em creches
Os funcionários dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) de Campo Grande colocaram fim à greve deflagrada na última quinta-feira, que afetou mais de 10 mil crianças. A decisão de voltar ao trabalho foi tomada em assembleia realizada ontem.
A categoria não conseguiu o reajuste, mas encerrou a paralisação após a prefeitura reduzir a carga horária de 7 horas para 6 horas e se comprometer a não fazer demissões e cortar o ponto. Os trabalhadores são contratados pela Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária), que têm convênio com a administração municipal para fornecer mão de obra.
De acordo com a presidente do Senalba/MS (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional), Maria Joana Barreto Pereira, a curta duração da greve foi devido às ameaças sofridas pelos funcionários. “O poder de coação é tão grande e dependem do emprego para sobreviver”, afirma.
Segundo Maria Joana, a situação foi denunciada pelo sindicato ao MPT (Ministério Público do Trabalho). Os funcionário atuam como recreadores, atendentes de berçário, cozinheira e auxiliar de serviços. O salário vai de R$ 788 a R$ 964. Na segunda-feira, representantes do Senalba vão à Semed (Secretaria Municipal de Educação) para esclarecer denúncia de que seis grevistas foram demitidos.
Os funcionários trabalham nos 99 Ceinfs, 18 Cras (Centros de Referências de Assistência Social) e cinco Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Conforme o sindicato, são 15 mil alunos nos Ceinfs, enquanto a prefeitura informa atendimento a 13.800 crianças. O contrato com a Omep tem um custo mensal de R$ 2,8 milhões e com a Seleta, R$ 3 milhões.