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Capital

Semáforos parados na Guaicurus fecham ano caótico de furtos de cobre na Capital

Em novembro foram registradas 36 ocorrências que resultaram em 2.671 metros de cabos elétricos roubados

Cleber Gellio | 13/12/2022 17:35
Av. Guaicurus com a Rua Waldemar Writh, no Jardim Monumento (Foto: Kisie Ainoã)
Av. Guaicurus com a Rua Waldemar Writh, no Jardim Monumento (Foto: Kisie Ainoã)

O ano está terminando e o caos no trânsito de Campo Grande, provocado por semáforos desligados, parece não ter fim. O problema, que se arrasta há anos e está presente em quase todas regiões da cidade, em sua maioria é causado por furtos de fios de cobre e outras avarias.

Desde janeiro 2022, o Campo Grande News tem noticiado a situação e os prejuízos acumulados pela prefeitura para reparar os danos. Somente no primeiro mês do ano, foram mais de 700 mil reais disponibilizados para arcar com os roubos dos cabos nas 578 unidades.

Segundo dados do setor de Sinalização Semafórica da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), no mês de novembro foram registrados 2.671 metros de cabos elétricos roubados. Nos meses que antecederam o período teve ações intensivas, por meio da Operação Ferro Velho, que conta com a GCM (Guarda Civil Metropolitana), fez com que diminuíssem os casos. Porém, neste início de dezembro o vandalismo e destruição de material voltaram a subir, resultando em 36 ocorrências.

Por sugestão da leitora Rosiane Pereira, 31 anos, a reportagem percorreu a Avenida Guaicurus, região sul, e constatou que pelo menos três semáforos tiveram os fios furtados. Há pelo menos uma semana, no intermitente (amarelo piscando), o grupo semafórico no cruzamento com a Rua Waldemar Writh, no Bairro Jardim Monumento, é um transtorno para quem precisa se deslocar para o trabalho, logo pela manhã. “Moro no Jardim Morenão e passo todo dia neste trecho para ir para o serviço que fica no Universitário e é uma luta para atravessar a avenida, porque quem está na preferencial não deixa os outros carros entrar e temos que ficar quase meia hora no meio esperando. Precisamos de uma solução urgente”, disse a auxiliar de projetista.

Segundo a motorista, “os congestionamentos ocorrem geralmente nos horários de pico, pela manhã às 7h e no final da tarde às 18h, e nunca há agentes da Agetran para orientar o trânsito”. “Acho que deveria ter para que todos pudessem ter acesso ao bairro”, acrescenta.

Gabriel Braga diz que acidentes por causa dos furtos são constante (Foto: Kisie Ainoã)
Gabriel Braga diz que acidentes por causa dos furtos são constante (Foto: Kisie Ainoã)

A menos de um quilômetro dali, entre a Av. Guicurus e Brigadeiro Tiago, no Universitário, o cabeamento arrebentado na base do poste que distribui fiação aos sinaleiros é a prova de que o problema é crônico. Há três anos como funcionário de um comércio localizado no cruzamento, Gabriel Braga, 29 anos, diz que os furtos são constantes e que os fios pendurados no meio da rua são riscos iminentes aos veículos, principalmente motociclistas. “Toda semana tem acidente neste cruzamento por causa dos fios que ficam atravessados quando tentam furtar e acabam deixando para trás”, relata o gerente comercial.

Em algumas situações como no cruzamento da Rua Campestre com a Avenida Vereador Thyrson de Almeida, no Aero Rancho, foi preciso instalar concertina para frear os furtos. Para Braga, além de medidas paliativas “é preciso que se bole algo diferente para passar o cabeamento”, para que os ladrões não tenham acesso ao material. Uma das alternativas cogitadas pelo órgão de trânsito seria um estudo para descobrir se o uso do fio de alumínio, por ser menos cobiçado do que cobre, seria viável e eficaz.

Jennifer Brasil relata que reparo foi feito, mas não adianta (Foto: Kisie Ainoã)
Jennifer Brasil relata que reparo foi feito, mas não adianta (Foto: Kisie Ainoã)

Já no cruzamento da Rua da Divisão com a Eva Peron, no Jardim Monte Alegre, os semáforos ficaram sem funcionar na tarde da última quarta-feira (6).

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