Servidores do CCZ denunciam diretora por assédio moral
Foram pelo menos 94 assinaturas entre agentes de endemias e veterinários, além de servidores administrativos
Servidores do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) fizeram abaixo-assinado contra a diretora do local, a médica veterinária Juliana Resende de Araújo, e apresentaram o documento à Vigilância Sanitária e também à Seges (Secretaria Municipal de Gestão). Foram pelo menos 94 assinaturas entre agentes de endemias e veterinários, além de servidores administrativos.
No documento, eles alegam ambiente de trabalho tóxico, com comportamento “arrogante, prepotente, agressivo, expositivo e ríspido com os funcionários”. Diante disso, diversos servidores acabaram pedindo afastamento, pegaram licença com problemas emocionais e outros pediram até remoção, aumentando a carga de trabalho sobre quem ainda está no local.
Um dos funcionários, que preferiu não se identificar, afirma que há pelo menos dois anos há ocorrências de assédio moral, e a diretora está à frente da entidade há dois anos e meio. “Chegamos num ponto crítico, dela humilhando as veterinárias, questionando o trabalho e assim, tem muitos afastados por licença psiquiátrica e gente que saiu das atividades internas e passou para as externas porque não aguenta trabalhar com ela”, comentou.
O servidor conta ainda sobre atitudes como a de gritar ao invés de conversar com os funcionários e de denegrir uns na frente dos outros. “Ela diminui o trabalho dos veterinários até na frente da população, quando há as ações do Castramóvel nos bairros”, relatou.
Outra funcionária disse que ouviu diversos relatos sobre assédio por parte da diretora, “inclusive de servidores que relataram a vontade de ingerir grande quantidade de medicamentos para não ter que ir para o trabalho, ou que pararam o carro e choraram muito para não chegarem ao trabalho, ou ainda um servidor que pediu exoneração, ou outros que desenvolveram síndrome do pânico, diabetes, hipertensão”.
Ela relatou ainda que a diretora expõe e humilha os servidores na frente dos colegas e ainda os “ameaça com o castigo de mandá-los para o campo, que é o serviço externo do CCZ. Já tiveram dois veterinários, chefes de serviço que se afastaram por estresse. A última foi recentemente, após ela gritar e expor a veterinária na frente de auxiliares durante o procedimento de cirurgia”.
A reportagem entrou em contato com Juliana, mas nas duas ligações realizadas não foi atendida. Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o está sendo acompanhado "juntamente com a Superintendência de Vigilância em Saúde, a qual o Centro de Controle de Zoonoses é subordinado. As partes devem ser ouvidas e, caso necessário, poderá ser aberto um processo de sindicância para apurar a conduta de todas as pessoas envolvidas e proceder com as devidas sanções administrativas".