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Capital

Servidores do CCZ denunciam diretora por assédio moral

Foram pelo menos 94 assinaturas entre agentes de endemias e veterinários, além de servidores administrativos

Lucia Morel | 14/12/2022 08:38
Prédio do CCZ, na Vila Ipiranga, em Campo Grande (Foto: PMCG)
Prédio do CCZ, na Vila Ipiranga, em Campo Grande (Foto: PMCG)

Servidores do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) fizeram abaixo-assinado contra a diretora do local, a médica veterinária Juliana Resende de Araújo, e apresentaram o documento à Vigilância Sanitária e também à Seges (Secretaria Municipal de Gestão). Foram pelo menos 94 assinaturas entre agentes de endemias e veterinários, além de servidores administrativos.

No documento, eles alegam ambiente de trabalho tóxico, com comportamento “arrogante, prepotente, agressivo, expositivo e ríspido com os funcionários”. Diante disso, diversos servidores acabaram pedindo afastamento, pegaram licença com problemas emocionais e outros pediram até remoção, aumentando a carga de trabalho sobre quem ainda está no local.

Um dos funcionários, que preferiu não se identificar, afirma que há pelo menos dois anos há ocorrências de assédio moral, e a diretora está à frente da entidade há dois anos e meio. “Chegamos num ponto crítico, dela humilhando as veterinárias, questionando o trabalho e assim, tem muitos afastados por licença psiquiátrica e gente que saiu das atividades internas e passou para as externas porque não aguenta trabalhar com ela”, comentou.

O servidor conta ainda sobre atitudes como a de gritar ao invés de conversar com os funcionários e de denegrir uns na frente dos outros. “Ela diminui o trabalho dos veterinários até na frente da população, quando há as ações do Castramóvel nos bairros”, relatou.

Documento assinado por servidores (Foto: Direto das Ruas)
Documento assinado por servidores (Foto: Direto das Ruas)

Outra funcionária disse que ouviu diversos relatos sobre assédio por parte da diretora, “inclusive de servidores que relataram a vontade de ingerir grande quantidade de medicamentos para não ter que ir para o trabalho, ou que pararam o carro e choraram muito para não chegarem ao trabalho, ou ainda um servidor que pediu exoneração, ou outros que desenvolveram síndrome do pânico, diabetes, hipertensão”.

Ela relatou ainda que a diretora expõe e humilha os servidores na frente dos colegas e ainda os “ameaça com o castigo de mandá-los para o campo, que é o serviço externo do CCZ. Já tiveram dois veterinários, chefes de serviço que se afastaram por estresse. A última foi recentemente, após ela gritar e expor a veterinária na frente de auxiliares durante o procedimento de cirurgia”.

A reportagem entrou em contato com Juliana, mas nas duas ligações realizadas não foi atendida. Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o está sendo acompanhado "juntamente com a Superintendência de Vigilância em Saúde, a qual o Centro de Controle de Zoonoses é subordinado. As partes devem ser ouvidas e, caso necessário, poderá ser aberto um processo de sindicância para apurar a conduta de todas as pessoas envolvidas e proceder com as devidas sanções administrativas".

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