Sinalização gasta ou escondida é risco dobrado em cruzamentos pela cidade
Em alguns pontos da cidade, algumas placas estão escondidas por galhos de árvores, situação que atrapalha ao invés de ajudar
A falta de sinalização é uma reclamação recorrente por parte dos moradores de Campo Grande. Em alguns pontos da cidade algumas placas ao invés de ajudar, atrapalham os motoristas.
No cruzamento da Rua Hugo Pereira do Valê com a Rua Hermínia Grize, em frente ao Parque Ecológico do Sotér, no bairro Mata do Jacinto, a placa de "Pare" está escondida pelos galhos da árvore e a sinalização horizontal é imperceptível.
No mesmo bairro mora o aposentado Felipe Santiago, 70 anos, residindo há 31 anos na Rua Jerônimo de Carvalho esquina com a Rua Tertuliana Ghersel Cattaneo, ele conta que o problema com a falta de sinalização é frequente, no local tem uma escola e em dias de aula o perigo é maior.
"Em tempo de aula quase todo dia tem um acidente, não tem nem quebra-molas. Pessoal passa rápido em alta velocidade e é perigoso. Esses dias mesmo uma mulher foi passar de moto com uma criança na garupa e bateram nela. Ainda bem que não machucou", relembra Felipe.
A equipe de reportagem do Campo Grande News percorreu a Rua Jerônimo de Carvalho e o problema com a falta de sinalização era visível em todos os cruzamentos. A Rua Prediliano Rosa Pires, por exemplo, não tem placas e o chão também está sem o "Pare" pintado.
A dona de casa Manoela Machado, 62 anos, mora há 30 anos nesse endereço e afirma que desde que mudou para o bairro nunca viu em sua rua sinalização. Segundo ela, acidentes são comuns no local.
"A Rua Prediliano é linha de ônibus, então eu acho que tinha que ter uma sinalização melhor, aliás, não tem sinalização nenhuma. Tinha que um "Pare" escrito bem grande e visível. Acho até que caberia um semáforo aqui. Vira e mexe tem acidente nesse cruzamento. Qualquer tipo de sinalização é válido", ressalta Manoela.
Saindo da Região do Prosa e indo para o bairro Coronel Antonino, na Mata do Segredo, o cenário turbulento se repete. Na Rua Adriano Metelo, esquina com a Rua Anita Garibalde, a placa de Pare está jogada na calçada e no chão nem sinal da sinalização horizontal.
Morando no bairro há mais de 20 anos, o aposentado Dorival Derumasi, 69 anos revela que o desgaste é grande e que as vezes sair de casa a pé é melhor do que arriscar a sair de carro e sofrer com a imprudência e falta de sinalização das ruas.
"São muitas pessoas desobedientes, se com a sinalização ninguém respeita imagina sem. Essa rua tem muito fluxo de carro, tinha que ter uma fiscalização mais pesada. Do que vale aquela placa, se até caída ela está", questiona Dorival.
Indignado, o aposentado afirma que vai ser preciso alguém perder a vida no local para que o poder público tome providências. "Só vão sinalizar isso aqui quando morrer um punhado de gente. Tudo isso por falta de sinalização, falta de responsabilidade. O povo tem que cobrar das autoridades. Os impostos chegam todo ano, então o mínimo é a fiscalização. Aqui é necessário sinalização com urgência", finaliza.
Do outro lado da cidade - Na Região do Imbirussu, na Vila Alba, o cenário é o mesmo dos outros bairros citados. Na Rua Safira esquina com a Avenida Madri não existe sinalização vertical e nem horizontal. Na Rua Suarez esquina com a Avenida Madri na Vila Alba a placa de "Pare" está lá, mas a sinalização horizontal é inexistente.
Agetran - Em nota, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informou que no ano passado, na Capital, foram investidos R$ 11,6 milhões na implantação de sinalizações horizontal, vertical, semáforos e no reordenamento viário.
Quanto às podas de galhos que escondem os semáforos e as placas de trânsito, as equipes realizam as podas rotineiras e preventivas. Além disso, a população pode entrar em contato com o órgão pelos números 118 ou 156, para solicitações e reclamações referentes aos locais onde existe a necessidade de novas podas.
"A Agetran, devido ao dinamismo do trânsito, trabalha de forma constante e rotineira na revitalização e implantação da sinalização viária horizontal e vertical, em todas as regiões de Campo Grande", garante a Agência.