Sobrando réu e faltando defensor, juiz adia julgamento de 9 presos do PCC
Réus são apontados como autores do assassinato de Joyce Viana de Amorim, em maio de 2018
O julgamento que definiria nesta terça-feira (5), o destino de nove integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) apontados como responsáveis pelo sequestro e execução de Joyce Viana de Amorim foi adiado para a última semana de outubro. O pedido para a mudança de data partiu da própria Defensoria Pública, diante da ausência do número de defensores necessários para o júri.
Em documento enviado ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, o coordenador do Núcleo Institucional Criminal da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, Gustavo Henrique Pinheiro Silva, explicou que dos nove réus, sete são assistidos pela defensoria e, por isso, três profissionais foram designados para o julgamento.
No entanto, um dos defensores está de férias e, por isso, o Plenário do Tribunal do Júri está "desfalcado". “Não obstante nossos esforços, não conseguimos, até o presente momento, Defensores Públicos suficientes para designação para atuação no referido plenário de júri”. Diante da situação, o juiz acatou o pedido e trocou a data com outro julgamento marcado para o fim do mês, uma sugestão também feita pelo Núcleo Institucional Criminal.
Na prática, o julgamento sobre a morte de Joyce foi substituído pelo da tentativa de homicídio contra Carlos Alberto Zacarias de Jesus. Ao invés dos nove integrantes da facção paulista, Alexandre Sabino Sipriano sentou no banco dos réus nesta manhã para contar a sua versão sobre o crime que aconteceu no dia 22 de abril de 2018, no Parque do Lageado. Na data, atirou várias vezes em direção a vítima após uma briga.
Os assassinos da jovem de 22 anos agora serão julgados no dia 26 de outubro. São eles: Danilo de Souza Brito, Ghian Lucas Martinez, Eloir Anjos de Oliveira, Lucas da Silva, Marcos Felipe Dias Lopes, Miriã Helena Julio Paschuin, Isabella Sanches dos Santos, Davi Miguelão e Welisson de Souza Silveira.
Na última semana do mês, irão atuar no julgamento os defensores públicos Ronald Calixto Nunes, Rodrigo Stochiero e Gustavo Henrique Pinheiro Silva, além dos advogados Mário Augusto Garcia Azuaga, Gabriella Rolon Godoy e Geicieny Cristina de Oliveira. No processo, a acusação é feita pelo promotor José Arturo Iunes Bobadilla Garcia.
A execução – Após 10 dias desaparecida, a jovem de 22 anos foi encontrada com as mãos amarradas e sem a cabeça, na manhã do dia 14 de maio de 2018, em estrada vicinal que dá acesso à Avenida Wilson Paes de Barros, entre os Bairros Santa Emília e Nova Campo Grande.
O crime, segundo a polícia, aconteceu depois que a vítima tentou “recuperar” um chinelo furtado, afirmando ser integrante do CV (Comando Vermelho). Após a afirmação, foi mantida refém, forçada a gravar um vídeo em que confessava ser integrante da facção carioca e, por fim, executada.
As investigações da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) identificaram a participação de dez pessoas e três adolescentes no crime.