“Sofremos não é de hoje”, diz comerciante sobre velocidade na Cônsul Assaf Trad
Na noite de ontem, duas pessoas foram vítimas da irresponsabilidade de motoristas, em suposto racha
Além de chocar moradores e comerciantes da região norte da Capital, a morte de duas pessoas vítimas do trânsito, na Avenida Cônsul Assaf Trad, na noite de ontem (6), reabriu discussão antiga envolvendo a falta de responsabilidade de motoristas, que insistem em andar em alta velocidade. Anador Lopes, de 72 anos, e Joel dos Santos Lopes, de 38, podem ter sido vítimas de racha.
Para quem vive na região, a possibilidade de veículos estarem disputando velocidade em plena via pública já não surpreende. "A gente aqui sofre com o problema não é de hoje. Essa pista tem um bom asfalto e nenhum quebra-molas. Precisávamos de alguma coisa pra inibir a velocidade por aqui”, destaca a comerciante Sandra Theisin, de 47 anos, ao lembrar de diversos acidentes no local.
Segundo ela, nem mesmo a presença de sinalização regulando a velocidade inibe motoristas. “Tem placa ali próximo ao acesso à pista lateral que diz que a velocidade permitida é de 40 quilômetro por hora, mas me diz quem respeita?”, questiona.
Médico veterinário em loja de produtos animais, Denison Paixão, de 36 anos, também revela preocupação com o fato de não haver redutores de velocidade nas proximidades do local do acidente, principalmente, em relação a pedestres.
"Nessa região, é bem complicado. Essa via é rápida e não tem nenhum quebra-molas. Quem precisa cruzar a pista, fica um tempão esperando e vai contando com a percepção, a noção de segurança, porque não tem nenhum dispositivo que ajude nesse sentido de criar uma margem de segurança durante a travessia. A pista de lá, sentido shopping, é a mais complicada, a que o pessoal imprime mais velocidade", destaca.
Era justamente pela pista citada, que pai e filho seguiam, por volta das 18h de ontem, quando foram atingidos por veículo, possivelmente, envolvido em disputa de racha.
Anador e Joel foram arremessados da moto que estavam e, com o impacto, o capacete de uma das vítimas chegou a parar a cerca de 30 metros dos corpos. A moto parou ainda mais longe, pelo menos 60 metros de onde as vítimas caíram.
Segundo apurado pela reportagem, Joel havia buscado o pai no condomínio onde ele trabalhava, nas proximidades do local do acidente, e voltavam para casa. Pessoas que passavam pela região acionaram equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas as vítimas não resistiram e morreram no local.