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Capital

Sorridentes, investigados da Operação Tromper ganham liberdade e tornozeleiras

Familiares buscaram envolvidos na porta da cadeia; todos saíram com tornozeleira eletrônica na perna

Por Gabriela Couto e Kamila Alcântara | 27/04/2024 14:14
Carmo Name Júnior cumprimenta o irmão, Michael de Andrade, após 24 dias preso em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Carmo Name Júnior cumprimenta o irmão, Michael de Andrade, após 24 dias preso em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Após 24 dias presos, investigados da 3ª fase da Operação Tromper começaram a deixar o Centro de Triagem Anísio Lima, no Complexo Penal do Jardim Noroeste, em Campo Grande, no início da tarde deste sábado (27).

Sorridentes, foram recebidos por familiares que aguardavam ao lado de fora do Centro de Monitoramento Eletrônico, na Avenida Marechal Rondon, onde todos tiveram de colocar as tornozeleiras tornozeleira eletrônica.

A volta para casa só foi possível após o desembargador José Ale Ahmad Netto conceder a liberdade provisória do grupo suspeito de corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade localizada a 78 km da Capital.

A informação extraoficial é que o vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB) suspeito de liderar o esquema deixou o estabelecimento penal na noite desta sexta-feira (26), apenas três horas após a Justiça acatar o pedido de HC (Habeas corpus).

A prática é incomum, já que o protocolo prevê que antes da liberdade as tornozeleiras sejam colocadas apenas na central de monitoramento. Ela estaria em casa, localizada em um condomínio de luxo, com a família, mas atendeu as ligações do Campo Grande News.

Ueverton da Silva Macedo, conhecido como ‘Frescura’, sorri ao deixar unidade prisional (Foto: Henrique Kawaminami)
Ueverton da Silva Macedo, conhecido como ‘Frescura’, sorri ao deixar unidade prisional (Foto: Henrique Kawaminami)

Foram soltos hoje Carmo Name Júnior, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa, Milton Matheus Paiva Matos, Ricardo José Rocamora Alves, Thiago Rodrigues Alves e Ueverton da Silva Macedo, conhecido como ‘Frescura’. A única mulher do grupo, Ana Cláudia Alves Flores, também foi liberada do presídio feminino. Nenhum dos abordados pela equipe da reportagem quis dar entrevista.

O advogado Michael de Andrade passou a manhã no aguardo da liberdade do irmão Carmo. "Estou aqui como advogado de defesa e familiar, para que ele saia e não fique sozinho aqui na frente. Não vamos nos posicionar, mas há muita confusão, pois toda hora adicionam novos documentos ao inquérito. Só digo que só associaram meu irmão a isso tudo porque ele é amigo do Claudinho", disse em entrevista ao Campo Grande News.

Decisão - O desembargador determinou que o vereador compareça mensalmente em juízo, não frequente bares e restaurantes ou outros locais com aglomeração de pessoas, nem faça uso de bebidas alcoólicas. Ele não pode também se aproximar de testemunhas.

O monitoramento eletrônico será para garantir que o réu esteja em casa, inclusive nos fins de semana e feriados, das 20h às 6h (recolhimento noturno). “Importante ressaltar que o descumprimento de quaisquer das condições importa no retorno ao cárcere preventivo”, pontuou.

Vereador Claudinho Serra (PSDB), durante sessão solene de posse desta legislatura (Foto: Izaías Medeiros)
Vereador Claudinho Serra (PSDB), durante sessão solene de posse desta legislatura (Foto: Izaías Medeiros)

Entenda - O grupo foi preso no dia 3 de abril, em decorrência da deflagração da terceira fase da Operação Tromper, que investiga vasto esquema de corrupção em contratos milionários com a Prefeitura de Sidrolândia. O vereador de Campo Grande é genro da prefeita Vanda Camilo (PP) e já comandou a Secretaria de Fazenda do município.

Investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) aponta o parlamentar como o “cabeça” de grupo que lucrava com o desvio de dinheiro público.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou 22 pessoas por envolvimento nas fraudes em licitações para o fechamento de contratos em Sidrolândia. A acusação alega que organização criminosa tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.

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