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Capital

Sujeira, goteiras e falta de água são problemas comuns em terminais

Enquanto poder público e empresa responsável não entram em acordo, população convive com a falta de manutenção

Christiane Reis e Yarima Mecchi | 26/01/2017 08:30
No terminal Nova Bahia as paredes estão estão pichadas. (Foto: Marcos Emínio)
No terminal Nova Bahia as paredes estão estão pichadas. (Foto: Marcos Emínio)

Pichações, goteiras, mau cheiro nos banheiros e bebedouros que, quando funcionam a água escorre o tempo todo. Situação comum de quatro terminais de transporte coletivo de Campo Grande, visitados na tarde de quarta-feira (25) pelo Campo Grande News. Os problemas são antigos e ainda devem ser discutidos pela atual administração e empresas que têm a concessão do serviço na cidade.

“O banheiro aqui é muito ruim, o sanitário sempre está entupido, o mau cheiro é constante. Sem contar que quando chove é muita goteira no terminal e se a chuva for forte alaga tudo. O espaço do terminal é pequeno”, disse Joilson Rene Dias, 43 anos, que trabalha como serviços gerais.

Ele também apontou que o vandalismo no Terminal Hércules Maymone prejudica muito. Além das pichações, o mural com os avisos de horário dos ônibus está com as folhas rasgadas. “Impossível ler alguma coisa”, disse. Por outro lado existe monitor eletrônico com a informação sobre os horários.

Banheiro masculino do Terminal Nova Bahia. (Foto: Marcos Ermínio)
Banheiro masculino do Terminal Nova Bahia. (Foto: Marcos Ermínio)
Bebedouro do Terminal Nova Bahia não funciona. (Foto: Marcos Ermínio)
Bebedouro do Terminal Nova Bahia não funciona. (Foto: Marcos Ermínio)

No banheiro feminino a situação é pior, pois nem sequer é possível entrar. A doméstica Vitória Antunes Ruiz, 39 anos, bem que tentou, mas o local está interditado. “Terei de usar o outro, porque estou muito apertada”. O 'outro' que seria a solução não pode ser usado porque havia dois homens na fila. A informação é de que o banheiro feminino está interditado há pelo menos um mês. Quem sente sede e está no Terminal Hércules Maymone só resolve a situação se comprar água, porque não há bebedouros.

Na região sul da Capital, o usuário já é recebido com goteiras no Terminal Morenão. Faltam bebedouros, limpeza nos banheiros e até luz em um dos femininos. No local há dois masculinos e dois femininos, há banheiros para cadeirantes. “Aqui precisa melhorar muito. Não tem água para beber e o banheiro é muito sujo”, avaliou a diarista Edilene Goes de Barros, 40 anos. Um dos banheiros apresenta, inclusive, parte da tubulação à mostra.

As pichações por todos os lados também incomodam. “Eu acho que precisa ter sim mais limpeza, pra termos um banheiro em condições de uso, mas a população também não ajuda. É muito vandalismo, as pessoas também não têm educação e não zelam pelo o que é de todos”, avaliou a dona de casa Maria de Jesus, 70 anos. Em um dos extremos da plataforma do Morenão falta lixeira e apenas um saco de lixo faz as vezes. Há monitor com os horários dos ônibus e os bancos estão intactos. Por ali os vândalos investiram na pichação e quebraram uma placa indicativa da linha de ônibus.

Goteiras no Terminal Morenão. (Foto: Marcos Ermínio)
Goteiras no Terminal Morenão. (Foto: Marcos Ermínio)
Falta lixeira no Terminal Morenão. (Foto: Marcos Ermínio)
Falta lixeira no Terminal Morenão. (Foto: Marcos Ermínio)

No Terminal Guaicurus, o bebedouro estava em funcionamento, porém a água escorre o tempo todo e segundo os usuários isto ocorre “às vezes”. “A estrutura é bem ruim, principalmente a questão do banheiro o bebedouro tem dia que não funciona”, reclamou a atendente Anamar dos Santos Alves, 26 anos. Já o autônomo Edivaldo Corrêa da Silva, 37 anos, que é cadeirante disse que o banheiro destinado a eles “atende as necessidades, mas falta limpeza. Sem contar a água para beber, que às vezes tem e às vezes não”, reclamou.

Já no outro extremo da cidade, no Terminal Nova Bahia, a falta de bebedouros é o que mais incomoda. “Desde o começo de dezembro do ano passado não funciona”, disse o jovem de 17 anos, que trabalha no terminal.

Para a costureira Maria de Lourdes Rocha, 71 anos, as pichações e mesmo a falta de água para beber não incomodam tanto. “Para mim o pior é não ter guarda, aqui tem muito malandro e a molecada sempre tá se desentendendo. Muito difícil”.

Vitória Ruiz tentou usar o banheiro no Terminal Hércules Maymone, mas estava interditado. (Foto: Marcos Ermínio)
Vitória Ruiz tentou usar o banheiro no Terminal Hércules Maymone, mas estava interditado. (Foto: Marcos Ermínio)
Joilson Dias disse que o vandalismo atrapalha muito. Ele tentou ver o quadro com horários dos ônibus. (Foto: Marcos Ermínio)
Joilson Dias disse que o vandalismo atrapalha muito. Ele tentou ver o quadro com horários dos ônibus. (Foto: Marcos Ermínio)

Solução - Na manhã desta quarta-feira (25), ao ser questionado pelo Campo Grande News sobre as reformas dos terminais, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse que a prefeitura vai cobrar das empresas que cumpram o estabelecido em contrato. “ Vamos cobrar sim. Estamos fazendo o levantamento com a Procuradoria Geral do Município para resolver os problemas. Já estão cumprindo parte, com a aquisição de novos veículos. O que estiver em contrato será cobrado”, declarou.

Ele disse ainda que o Consórcio Guaicurus, que reúne as empresas do transporte coletivo, obteve benefícios, e as solicitações feitas à antiga administração foram todas concedidas. Sobre a questão da reforma, o consórcio informou, via assessoria de imprensa que não se trata de atribuição das empresas.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande complementou ainda que o prefeito deve fazer reunião com as empresas que atuam no transporte coletivo para tomar as providências necessárias relativas à manutenção e reforma dos terminais de ônibus.

Sobre a questão da segurança, ainda segundo a assessoria, os guardas municipais fazem ronda nos terminais e no caso de suspeita, os usuários devem ligar para o 199 e a central aciona a base mais próxima do terminal para fazer a ronda.

Banheiro masculino do Terminal Guaicurus. (Foto: Marcos Ermínio)
Banheiro masculino do Terminal Guaicurus. (Foto: Marcos Ermínio)
Baldes para conter as goteiras no Terminal Guaicurus. (Foto: Marcos Ermínio)
Baldes para conter as goteiras no Terminal Guaicurus. (Foto: Marcos Ermínio)
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