Suspeita de cegar ex-namorado em crime premeditado, mulher fugiu de MS
Apesar de fuga, Polícia Civil fechou inquérito e indiciou mulher por perseguição e lesão corporal gravíssima
Investigação da Polícia Civil aponta que Sônia Obelar Gregório, de 41 anos, fugiu de Mato Grosso do Sul depois de jogar soda cáustica e cegar o ex-companheiro, o tatuador Leandro Coelho, 30 anos. O crime ocorreu no dia 22 de fevereiro, em Campo Grande. O caso gerou comoção, fazendo com que Leandro conseguisse R$ 30 mil através de uma vaquinha, valor referente a uma cirurgia que pode lhe devolver a visão.
O delegado Felipe Madeira explicou que o inquérito está finalizado, faltando apenas acrescentar resultado dos laudos que irão confirmar a substância utilizada por Sônia, preliminarmente apontada como soda cáustica. "É essencial que a gente tenha o laudo dizendo que substância foi utilizada", ponderou. Assim que os laudos chegarem, o inquérito será relatado ao Poder Judiciário.
Madeira explica que foram feitas várias diligências para encontrar a mulher, mas sem sucesso, pois ela planejou o crime e tudo indica que saiu de MS. "Crime totalmente premeditado. Ela já vinha mencionando que queria que ele ficasse cego e certamente premeditou uma fuga", disse.
Apesar da fuga, Sônia foi indiciada pelos crimes de perseguição - pena de reclusão de seis meses a dois anos e multa - e lesão corporal gravíssima, com pena de dois a oito anos de prisão. "Tenho plena convicção que ela será condenada nesse crime, existem provas e filmagens", pontua Madeira.
Crime – No dia 22 de fevereiro, o tatuador voltava da academia e estava chegando em casa, no Bairro Aero Rancho, quando viu a ex-namorada, que sinalizou para que ele parasse no intuito de conversarem. Ao parar a moto, a mulher jogou o líquido de uma jarra no rosto da vítima, que naquele momento sentiu o rosto e olhos queimando.
Leandro, então, andou com a moto por alguns metros, mas não aguentou a dor e perdeu a visão. Foi o momento em que parou e pediu socorro na casa de um morador. Em seguida, a vítima lavou o rosto com água da mangueira, mas sua visão escureceu e não voltou mais. Ele foi socorrido pelos bombeiros e levado para a Santa Casa.
A família do rapaz disse que a mulher não aceitava o término e era "doente de ciúmes" pelo fato de ele ser tatuador. Ela "rezava" para que ele ficasse cego. Áudios enviados pelo WhatsApp também mostram a insistência de Sônia para reatar, enquanto Leandro pedia que ela se afastasse, pois não queria mais continuar com o relacionamento.
Dois dias depois de dar entrada no hospital, o médico confirmou a cegueira. No início do mês, Leandro recebeu alta e poucos dias depois teve a notícia que uma cirurgia poderia lhe devolver a visão. A família lançou uma vaquinha e o tatuador conseguiu arrecadar os R$ 30 mil esperados.