Última conversa mostra tatuador tentando ponto final em relação com ex

Um dia antes de ser atacado com produto corrosivo, o tatuador Leandro Coelho, 30 anos, chegou a pedir para que a ex-namorada, Sônia Obelar Gregório, 41, parasse de insistir no relacionamento que já tinha chegado ao fim. Em áudios, o rapaz diz que não passava pela cabeça dele a ideia de voltar com a mulher. O crime ocorreu na noite da segunda-feira (22), no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

A conversa, segundo apurado pelo Campo Grande News, aconteceu no domingo (21). Em áudios, a mulher chora muito e pede para que o tatuador fale com ela e questiona por que ele estaria bravo. Em resposta, Leandro afirma não saber o porquê da ex-namorada estar agindo daquela forma.

Nos áudios, Leandro cita a insistência da ex em vê-lo diariamente e explica que aceitou manter o contato após o fim da relação apenas para ajudá-la, mas que não queria mais continuar. “Se você não reconheceu que eu ajudei, então não fica pedindo para vir toda vez aqui não, não fica beirando minha casa, porque eu vou começar a falar para o povo isso ai já”, diz o tatuador.

O rapaz ainda cita que a mulher já teria dado “problemas de polícia” e que ele estaria já ficando com “nojo” e “raiva” de toda situação e que não pensava em voltar com ela. “Você ligou, ligou, ligou. Mandou mensagem falou que queria me ver, que nós tinha tratado de se ver, entendeu. Não se passa na minha cabeça a voltar com uma pessoa que sempre atrasou meu lado. Não se passa mais na minha cabeça isso. Então eu fiz assim para tentar ajudar um pouco, mas não vou ficar fazendo isso todo dia, toda semana”, afirma.

“Eu tô deixando bem claro que a qualquer momento em vou se envolver com alguém. Esses dias eu estava em relacionamento sério, mas não deu certo e foi cada um para o seu lado. Eu tô fazendo a minha caminhada, enquanto você está ai tentando voltar comigo eu já estou fazendo outras caminhadas. Você tem que mudar seu pensamento e saber que eu não vou mais voltar porque não quero mais andar para trás”, diz Leandro.

Na conversa ele ainda alega que teve que seguir com a vida dele, que escolheu ser feliz e viver do jeito que queria. Em resposta, a mulher diz que entendeu e que tinha acabado de ver a mensagem de Leandro. Chorando muito, ela diz que ele não precisava ficar bravo e que queria ser apenas amiga dele.

Não há uma cronologia dos áudios, mas em um deles Leandro aparenta já ter perdido a paciência e diz que a mulher estaria atrapalhando a vida dele já. "Eu não vou na porta da sua casa te incomodar não. Por isso que eu não me envolvo mais com você. Aqui dentro você não entra nunca mais, nem de amigo e nem de inimigo".

Em mensagem de texto ela ainda pede para ir tomar café com o tatuador. “Sua amizade me ajuda, se você se afastar de mim não vou ter força. Deixa eu ir amanhã a noite tomar café ai com você, como amigo. Sei só amizade. Isso se você não for trabalhar ou fazer outra coisa”.

Por volta das 14h45 do dia seguinte, ela chegou a insistir para ir ao local e o tatuador apenas responde, cerca de duas horas antes de ser atingido pelo produto corrosivo, “Vei, de novo aqui”. Em vídeo nas redes sociais, a suspeita ainda reclama de Leandro não responder as mensagens e ainda não querer fazer café para ela. "Se eu fosse inimiga ia me enterrar viva né".

Leandro ainda está internado na Santa Casa e a suspeita segue foragida. Segundo o delegado Felipe Madeira, da 5ª Delegacia de Polícia Civil, a investigação está quase concluída e há elementos suficientes da autoria do crime e que tudo indica que a ação foi premeditada pela mulher.