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Capital

Temporal destelha casas e deixa famílias desabrigadas no Village Vitória

Além de dano estrutural, eletrodomésticos, roupas, colchões e objetos pessoais também ficaram danificados

Por Natália Olliver e Idaicy Solano | 20/10/2023 12:27
A ventania destelhou casas e estragou itens básicos de sobrevivência (Foto: Paulo Francis)
A ventania destelhou casas e estragou itens básicos de sobrevivência (Foto: Paulo Francis)

Os estragos causados pelo temporal desta quinta-feira (19) deixaram famílias desabrigadas. A ventania destelhou casas e estragou itens básicos de sobrevivência para famílias no bairro Village Vitória, em Campo Grande. Cristina Rocha, de 37 anos, mora com o marido e dois filhos. Por sorte, eles não estavam no momento em que as telhas começaram a voar. Mas para proteger o resto dos itens que sobraram, ela e o marido tiveram que dormir no local nesta madrugada.

A família mora no bairro há apenas dois meses. Durante a tempestade, eles perderam a geladeira, televisão, além de outros aparelhos eletrônicos e domésticos. “A geladeira a gente nem tentava ligar. Eu creio que o sofá dá pra gente salvar ainda, mas o resto sem condições, não vai ter jeito. Eletrônicos queimaram, colchões ficaram cheio de lama e água”.

Para passar a noite, o casal secou um dos cômodos e cobriu o teto de maneira improvisada. O medo era de que alguém levasse o pouco que sobrou na casa.”Ninguém conseguiu dormir. Vamos ter que continuar aqui porque o pouco que sobrou é perigoso levarem".

Cristina Rocha precisou dormir com teto aberto, nesta madrugada (Foto: Paulo Francis)
Cristina Rocha precisou dormir com teto aberto, nesta madrugada (Foto: Paulo Francis)

Ela conta que descobriu que a casa estava destruída pela mãe.“Fui olhar o celular e tinha ligação da minha mãe, irmão, pai e eu já fiquei desesperada achando que tinha acontecido alguma coisa. Aí liguei pra saber o que estava acontecendo. Ela falou e vim correndo. Mas já não tinha mais o que fazer. Já estava tudo destruído. Perdemos tudo. Quando os vizinhos chegaram pra ver o que dava pra salvar, a televisão já estava caindo no chão”.

A técnica de enfermagem Selma Francisca Rocha, de 54 anos, mãe de Cristina, disse que sentiu que algo estava errado na casa da filha e resolveu pedir que a sobrinha de um paciente conferisse o local. Ao chegar lá, a moça constatou que o telhado havia “sumido”. “Ela falou 'olha, dona Selma, tá voando tudo', aí peguei o carro e vim, mas não tive como fazer nada".

Móveis que sobraram na casa de Cristina Rocha (Foto: Paulo Francis)
Móveis que sobraram na casa de Cristina Rocha (Foto: Paulo Francis)

Outro ponto, mesmo problema -  Não longe dali, no mesmo bairro, Josiane Rodrigues de Azevedo, de 34 anos, conta que viu o destelhamento da casa onde mora com os filhos de 9 e 4 anos. “Foi um susto, eu iria começar a mexer com o almoço, de repente veio aquele vento derrubando tudo. Estragou tudo, televisão, geladeira, tudo queimou. Para recuperar aqui só roupa, perdemos alimento também”.

Há um mês no local, a dona de casa ressalta que mora na casa do sogro, mas que já tem um terreno ao lado. Ela estava construindo a casa, pra depois investir na sua. “Ainda não tenho condições, agora vai ser mais difícil ainda”.

José Vieira trabalhava na construção de uma casa nesta sexta-feira (Foto: Paulo Francis)
José Vieira trabalhava na construção de uma casa nesta sexta-feira (Foto: Paulo Francis)

Rescaldo - A ventania surpreendeu até o pedreiro José Vieira, de 71 anos, que trabalhava na construção de uma casa quando três paredes caíram. “Dois dias de trabalho desperdiçados, mas a vida é essa, não podemos chorar, tem que continuar e continuar a trabalhar. O patrão ficou doido, mas não tinha jeito, ninguém esperava”.

Pedro Gomes da Silva, de 68 anos, precisou subir no telhado para fixar a tampa da caixa d'água. O aposentado usou um arame e uma furadeira para prender a parte de cima do objeto. ”O vento rasgou o arame e a tampa voou, foi parar lá no vizinho e ele veio trazer pra mim”.

Pedro Gomes da Silva precisou prender a tampa da caixa d'água (Foto: Paulo Francis)
Pedro Gomes da Silva precisou prender a tampa da caixa d'água (Foto: Paulo Francis)

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